sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Manejo da glicerina: questão de prioridades

Em uma breve conversa que eu tive recentemente com um funcionário de uma das empresas que fazem a coleta seletiva de óleos de cozinha usado em bares e restaurantes de Porto Alegre, destinando-o para a produção de biodiesel, para total surpresa do meu interlocutor eu levantei a possibilidade do uso direto do óleo como combustível veicular imediatamente após o processo de decantação e filtragem ao qual é submetido. De fato, o biodiesel acabou ficando mais consolidado no imaginário popular como o principal, senão único, combustível alternativo apto a substituir integral ou parcialmente o óleo diesel convencional derivado de petróleo, mas existem outras opções que podem ser tão ou mais adequadas ao contexto de diferentes cenários operacionais.

Enquanto a produção de biodiesel pode ser mais justificado em escala industrial numa grande usina, podendo ter na comercialização da glicerina residual para outras aplicações industriais diversas uma oportunidade de amortizar não apenas os gastos com energia e insumos aplicados ao processo mas também o custo de aquisição e manutenção de equipamentos, numa escala menor pode ser mais viável nem se preocupar com a extração e eventuais reaproveitamentos da glicerina naturalmente prsente nos óleos vegetais e gorduras de origem animal. Embora possa ter um amplo espectro de possíveis usos, desde a aplicação como aditivo umectante para fins culinários até mesmo na formulação de produtos mais perigosos como venenos e explosivos, é adequado levar em consideração a disponibilidade de potenciais consumidores para a glicerina em âmbito regional ou as condições para que a logística de distribuição do produto para outras localidades seja feita de forma segura (afinal todo produto químico tem algum grau de risco, incluindo contaminações ambientais qu possam trazer prejuízos incalculáveis à agricultura e pecuária) e economicamente viável.

Também pode ser considerado mais prático para muitos operadores que consumam regularmente quantidades mais modestas de óleo combustível adaptar o veículo (ou equipamento estacionário) equipado com motor Diesel uma única vez para que possa operar com a devida segurança e eficiência usando óleos vegetais diretamente como combustível, ao invés de ter que repetir constantemente as transformações químicas necessárias para garantir um biodiesel de boa qualidade. Nos casos em que não há alguns dispositivos de controle de emissões cada vez mais comuns em motores Diesel modernos que possam sofrer danos resultantes da presença da glicerina e produtos resultantes da combustão da mesma, sobretudo filtros de material particulado (DPF), não tem preço de mercado para a glicerina que pague a tranquilidade proporcionada pela possibilidade de se usar um combustível mais barato e facilmente disponível em situações emergenciais...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html