quarta-feira, 15 de março de 2017

Microalgas: a alguns passos de uma revolução para o setor agroenergético

Já faz muito tempo que se analisa a possibilidade de inserir microalgas na cadeia produtiva de biocombustíveis, valendo-se da aptidão ao cultivo em condições que se mostrariam impróprias para os cultivares mais tradicionais como a cana de açúcar, a beterraba açucareira, o milho, a soja e a colza. Levando em consideração as características do mercado brasileiro, a maior vantagem em potencial estaria justamente em uma integração com a produção do etanol de cana, visto que algumas microalgas que já estão sendo avaliadas pela Embrapa Agroenergia em Brasília podem crescer não apenas em águas sujas mas também na vinhaça (ou vinhoto), resíduo que é frequentemente usado como fertilizante nas lavouras de cana mas que com o tempo pode acabar salinizando demais o solo e diminuindo a produtividade.

Além da possibilidade de se usar uma área de cultivo menos extensa e ainda promover a estabilização biológica de efluentes quando a produção for consorciada a outros cultivares ou à criação de animais, o acúmulo de biomassa mais rápido em comparação às plantas terrestres e a reprodução ao longo do ano inteiro fazem com que as microalgas proporcionem um suprimento mais estável de matéria-prima e um menor impacto sobre a produção de alimentos. Algumas variedades de microalga apta ao cultivo na vinhaça que estão sendo avaliadas apresentam um acúmulo de até 30% de amido, que pode ser destinado à produção de etanol, ao mesmo tempo que reduzem a carga de sal da vinhaça e por conseguinte minimizem o problema da salinização do solo. Diante da necessidade de importação de etanol para manter os chamados "estoques reguladores" em equilíbrio durante a entressafra da cana, soa ainda mais conveniente a busca por outra solução. Com o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, já seria de se esperar o dobro da produtividade em comparação com a cana ou a soja, que atualmente são as principais matérias-primas da indústria de biocombustíveis brasileira, mas a expectativa de pesquisadores vinculados à Embrapa Agroenergia é que as microalgas venham a atingir a escala industrial por volta de 2030.

Por mais que o Brasil ainda seja de tempos em tempos tomado por uma certa euforia em torno do etanol, sobretudo em aplicações veiculares leves, não se pode ignorar o potencial de microalgas oleaginosas na produção do que já vem sendo tratado como "o biocombustível mais eficiente do mundo". O desafio de apresentar o biodiesel e alguns biocombustíveis sintéticos mais modernos, elaborados através do refino de óleos e gorduras de origem vegetal ou animal como alternativas viáveis para um país fortemente dependente do transporte rodoviário pode assim, também, ter nas microalgas um importante aliado no fomento à segurança energética nacional. Portanto, não é nenhum exagero considerar promissor o desenvolvimento do cultivo comercial de microalgas para fins energéticos como o primeiro passo para uma revolução.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html