quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Uma reflexão sobre o lado mais sombrio do cerco contra o Diesel no mercado europeu

Já não é de hoje que, sob a premissa de um falso "ambientalismo", a ampla presença de motores Diesel em veículos leves na Europa vem sendo equivocadamente tratada como um problema a ser combatido com excessiva pressão estatal. Num continente que vem sofrendo uma profunda perda de identidade em nome de um "multiculturalismo" fracassado que quase transforma o nativo europeu num pária na própria terra, não se deve ignorar que algumas políticas energéticas recentes estão contribuindo para que as soberanias nacionais tornem-se submissas a interesses de regimes ditatoriais terceiro-mundistas sustentados por petrodólares. Afinal, mesmo com alternativas mais práticas para conciliar uma preocupação real pela "sustentabilidade" à segurança energética já sendo conhecidas e tendo um custo de implementação sabidamente mais baixo, a União Européia acovardou-se.

As recentes restrições à circulação de veículos nas áreas centrais de algumas grandes cidades com base na idade, certificação de emissões e tipo de combustível já em implementação em muitos países da Europa Ocidental, com um claro viés anti-Diesel, não apenas tornam-se um problema de segurança nacional ao fomentar verdadeiras reservas de mercado para alternativas com uma relação custo/benefício menos favorável como também põem a perder inúmeras experiências de sucesso com o uso de biodiesel puro e até mesmo de óleos vegetais naturais como combustíveis automotivos. Não é de se espantar, portanto, que se nota uma rejeição de parte significativa dos consumidores a tais medidas, como pode ser exemplificado pelo aumento na participação de mercado dos veículos 0km com motor Diesel na Noruega de 44,9% em 2016 para 48% em princípios de 2017, o que se torna ainda mais surpreendente diante da aposta na mobilidade elétrica naquele país. De fato, é possível que tal aumento deva-se em parte ao sucateamento de modelos mais antigos enquadrados em normas de emissões já defasadas e à consequente substituição por um similar mais atualizado nesse aspecto, mas não deixa de ser uma evidência de que o cidadão norueguês já começou a perceber a armadilha que vem sendo armada, e procura esboçar uma (ainda lenta) reação contra os aspirantes-a-ditador instalados no parlamento europeu que se entregam de bandeja aos sheiks do petróleo.

Mesmo que o escândalo "Dieselgate" de emissões da Volkswagen ainda seja uma memória recente, e a participação de mercado dos motores Diesel na Europa Ocidental venha apresentando uma queda nos últimos 5 anos devido não apenas aos incentivos a veículos híbridos ou elétricos puros mas também em função do maior custo agregado aos veículos equipados com motor Diesel pela presença de dispositivos de controle de emissões mais sofisticados, não seria sensato ignorar os aspectos políticos por trás desse cenário que se revela tão desfavorável às liberdades individuais. Convém destacar que a maior parte das propostas anti-Diesel vem partindo de socialistas, o que já é suficiente para despertar alguma desconfiança quanto aos reais interesses por trás das medidas propostas, além do impacto das mesmas sobre os mais pobres contrastar com a retórica paternalista tão comum à esquerda. Não se pode ignorar que o Diesel conquistou uma presença de mercado significativa devido aos custos operacionais mais baixos em comparação à ignição por faísca até que a introdução das normas Euro-4 em 2007 viesse a agregar elevados níveis de complexidade aos sistemas de controle de emissões, e de certa forma a presença ainda expressiva de modelos mais antigos em operação mesmo estando claramente defasados diante das normas de emissões mais atuais reforça o apelo desse tipo de motor entre consumidores com um orçamento mais modesto.

Por mais que a poluição atribuída a veículos com tecnologias mais antigas de gerenciamento do motor e controle de emissões possa efetivamente se tornar um problema, a caça às bruxas em andamento ignora a relativa facilidade em se adequar os mesmos para que tenham o impacto ambiental minimizado a níveis menos críticos e eventualmente até tenham a eficiência energética incrementada, além da extensão da vida útil de um "sucatão" ainda exaurir menos recursos naturais em comparação a uma substituição por um veículo mais novo. Considerando a presença de motores Diesel com injeção indireta e aspiração natural em alguns veículos leves no mercado europeu até 2007, além da maior facilidade para recondicionar componentes do sistema de injeção devido às pressões mais baixas em comparação à injeção direta, há de se levar em consideração ainda a maior compatibilidade que a injeção indireta apresenta para o uso direto de óleos vegetais como combustível veicular, alcançando médias de consumo até mais frugais em comparação ao uso do óleo diesel convencional. Embora o biodiesel se mostre adequado também para motores de injeção direta e proporcione mais facilidade para a partida a frio, o menor custo inerente ao processamento mais simples dos óleos vegetais brutos também se torna um bom atrativo para quem tenha motivações econômicas para manter um veículo com motor Diesel mais vetusto em operação.

Um aspecto em que o cerco aos motores Diesel se revela particularmente injusto é nas restrições ao uso direto de óleos vegetais como combustível veicular sem a coleta de um imposto sobre o uso de rodovias (road tax), sobrepondo o viés meramente arrecadatório em detrimento das vantagens que um combustível mais limpo poderia trazer no âmbito da sustentabilidade. Além da possibilidade de reaproveitar óleos de cozinha saturados, que poderiam se tornar um problema ambiental em caso de descarte inadequado, não deixa de ser oportuno destacar que uma menor dependência por combustíveis derivados de petróleo em decorrência dessa substituição também diminui o consumo de energia e a poluição associados ao refino e ao transporte do petróleo cru e derivados. É conveniente recordar também que, ao contrário do que ocorre com os combustíveis fósseis, as emissões inerentes ao uso de um combustível de origem vegetal são reabsorvidas durante o crescimento das matérias-primas no campo, fechando os ciclos do carbono e do nitrogênio ao invés de sobrecarregar a atmosfera com o que a natureza levou milhões de anos para fossilizar e armazenar. Portanto, os mesmos ecologistas-melancia de plantão ávidos em impor que os usuários de combustíveis fósseis arquem com o "custo social" acarretado pela poluição são os primeiros a impedir que uma alternativa mais sustentável tanto no aspecto ecológico quanto na viabilidade econômica tenha uma maior aplicabilidade.

Enquanto muitos antigos usuários de motores Diesel se mostram descontentes com a manutenção mais complexa decorrente da incorporação de dispositivos como o filtro de material particulado (DPF - Diesel Particulate Filter), cujo procedimento de autolimpeza ou "regeneração" tornou-se alvo de controvérsias ao acarretar um momentâneo incremento nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), acabam ocorrendo apostas no uso de etanol e combustíveis gasosos em motores de ignição por faísca como uma possível "salvação" para quem tenha interesse em reduzir a dependência por petróleo a um custo inicial menor. No entanto, à medida que tecnologias já consolidadas entre o público dos motores Diesel como o turbocompressor e a injeção direta foram avançando para se popularizar também em motores de ignição por faísca, a alegada vantagem sobre o Diesel no tocante às emissões vai ficando mais distante. Além da proporção ar/combustível empobrecida e o aquecimento aerodinâmico mais intenso em decorrência das taxas de compressão mais elevadas que se pode conciliar com a injeção direta proporcionarem condições mais propícias à formação dos NOx, o intervalo mais estreito para que combustíveis líquidos como a gasolina e o etanol vaporizem por completo se reflete numa emissão de material particulado mais intensa do que inicialmente se supunha, tanto que no ano passado a Volkswagen anunciou a intenção de equipar os motores TSI e TFSI com filtro de material particulado a partir de junho desse ano.

É compreensível que haja uma preocupação com as emissões provenientes de veículos automotores, bem como outros interesses no âmbito da preservação ambiental, mas a demonização do Diesel é uma estratégia que se revela mais infrutífera do que poderia parecer. O mesmo comodismo em torno da oferta de petróleo relativamente barato proveniente de países islamizados que serviu de pretexto para a invasão islâmica da Europa a partir da década de '70 já cobra um preço muito alto, que não se resume à onda de atentados terroristas favorecidos pela mídia covarde que teme ser taxada de "islamofóbica" ao denunciar as reais motivações dos ataques. Portanto, não seria exagero reconhecer nos motores do ciclo Diesel um importante aliado pela segurança energética da Europa no combate a grupos que desejam subjugar o europeu nativo e suprimir liberdades individuais.

2 comentários:

  1. Estoy de total acuerdo contigo en ese tema, y te puedo decir que hoy me da una mezcla de miedo y asco irme a algunos países europeos. Suecia hoy por ejemplo esta tomada de moros mientras los nativos se acobardan en nombre del femenismo y del multiculturalismo. Y si te dices qualquiera, luego te van a decir "islamófobo" mismo si estuvieras intentando salvar una mujer de ser muerta por no vestirse un hijab.

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  2. Tão cedo eu não creio que o cerco ao gasóleo torne-se tão crítico em Portugal como no restante da Europa, mas não duvido que possa ocorrer. Para quem persiste com um automóvel pequeno como o meu Citroen Saxo 1.5D, não me parece restar outra alternativa senão uma mota de 125cc.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html