Apesar do fato de ter sido bastante comum em alguns carros de projeto francês da década de '90 o pneu estepe ser localizado sob o assoalho do compartimento de bagagens, ou de carga no caso de versões que tinham essa finalidade, não se pode negar que a instalação de um kit de conversão para gás natural com um ou mais cilindros nessa posição obrigando a uma realocação do estepe tem um impacto comparável ao que teriam a instalação de um reservatório para o fluido-padrão AdBlue/ARLA-32/ARNOx-32 e um filtro de material particulado (DPF) caso fosse mantida uma plataforma alegadamente defasada mesmo em meio a tantas mudanças que o mercado automobilístico tem apresentado tanto no Brasil quanto num contexto mundial. Diga-se de passagem, no caso de conversões para gás natural que já não são baratas, é relativamente comum que a instalação com os cilindros sob o assoalho também requeira alterações no escapamento, como a realocação do silenciador que pode acabar ficando numa posição mais vulnerável a danos causados por pequenos impactos devido à má conservação de algumas vias por exemplo. Não é impossível que outros sistemas mais frequentemente associados a motores Diesel também fiquem numa posição vulnerável, mas no caso de um tanque de AdBlue o fato de não conter altas pressões viabiliza a moldagem em algum formato que aproveite melhor alguns espaços mais contidos onde possa até estar mais protegido de colisões contra irregularidades na pista ou o lançamento de detritos, ainda que o uso de AdBlue numa proporção maior comparada ao combustível contraste com o que ocorre em veículos flex ainda dotados do tanquinho auxiliar de gasolina para partida a frio que de tão pequeno ficava sob o capô.
A forma como o uso do gás natural é regulamentado em diferentes países e regiões também interfere no impacto sobre a carga útil tanto em peso quanto em volume, tomando por referência no Brasil onde não é permitido diminuir a capacidade do tanque de combustível original ao converter um veículo para gás, enquanto nos Estados Unidos é comum que se torne o único combustível principalmente em aplicações comerciais ou até em veículos particulares em estados como California e Oklahoma para ter acesso aos benefícios fiscais, enquanto em países-membros da União Européia mesmo que passe a ser usado como o combustível principal ao menos em veículos que já saem de fábrica configurados para tal preserva-se a capacidade de operar com gasolina armazenada num tanque menor em caráter emergencial. O peso e o volume dum sistema de gás natural em proporção à autonomia adicional tomando por referência o uso de gasolina como combustível principal também dá margem a questionamentos, tendo em vista que não é tão fácil obter reservatórios para alta pressão com formatos mais facilmente integráveis a plataformas específicas, cada metro cúbico (m³) de gás natural abastecido a uma pressão de 200 bar ocupa o volume de 5 litros mesmo equivalendo a cerca de 1,29 litro de gasolina no tocante à autonomia. Enfim, mesmo que algumas regiões estejam bem servidas de gás natural e o preço permaneça competitivo, na prática é questionável até que ponto a praticidade permaneça maior em comparação tanto a um motor turbodiesel moderno com toda a parafernália de controle de emissões ou até diante dum flex operando com etanol.