Durante os anos '80 e até '93, foi aberta uma brecha para a regularização de conversões para Diesel em qualquer pick-up, independentemente da capacidade de carga. Porém, continuava vetado aos fabricantes venderem diretamente ao consumidor final uma pick-up de tração 4X2 e capacidade de carga inferior a uma tonelada com motor Diesel. O modelo que mais acabou marcando essa época foi a Saveiro, visto que a Volkswagen já oferecia um motor Diesel leve no mercado interno para a mal-sucedida Kombi Diesel. Os problemas de superaquecimento que deram má fama a esse mesmo motor na Kombi eram sentidos com menos intensidade na Saveiro, e o consumo numa faixa de 18 a 21km/l era um forte atrativo.
Naturalmente, uma parte considerável do público passou a considerar as pick-ups compactas uma opção adequada também ao transporte individual ou familiar, favorecidas durante o governo Sarney também por uma tributação diferenciada. E assim, não apenas a Saveiro mas também outros modelos como a Ford Pampa passaram a ser alvo das adaptações de cabine dupla...
Outra pick-up compacta que teve muito sucesso naquela época foi a Chevy 500, mas não é tão comum encontrar uma cabinada.
Em alguns casos o resultado estético fica um tanto discutível, e parece não ter sentido modificar a configuração de uma pick-up para algo mais próximo de um sedan, mas o que importava era explorar a breve flexibilização nas restrições e garantir o direito ao uso do Diesel. Assim, qualquer pretexto para as restrições era posto em xeque, e só se sustenta na visão equivocada de alguns burocratas...
Atualmente a cabine dupla em pick-ups compactas é oferecida na Fiat Strada, mas a opção pelo Diesel continua inacessível ao consumidor brasileiro nesse segmento. Além da maior facilidade em acomodar alguns volumes indivisíveis como um pneu de trator, sobra como outro argumento de vendas o status associado à aura de liberdade e descontração que tem levado as pick-ups à posição de objeto de desejo no mercado brasileiro, repetindo o fenômeno que ocorreu com modelos de porte mais avantajado que ainda se beneficiam da liberdade no uso do Diesel.
O preço de aquisição menor em comparação com as pick-ups médias e grandes faz com que as picapinhas também atendam aplicações profissionais, mais uma vez provando que a definição de "utilitários" atualmente em vigor para manter as restrições ao uso do Diesel em função de capacidades de carga, passageiros ou tração não condiz com a realidade
Vi tantas caminhonetes assim, e hoje nem as vejo mais.
ResponderExcluirSe quiser me enviar as fotos que você havia falado, vou gostar. Abraço!
Então me passa teu e-mail senão não tem como eu te mandar as fotos.
ExcluirBoa noite Kamikaze, tenho uma saveiro diesel...mas não é sobre ela que eu queria falar.
ResponderExcluirQuero adaptar um motor diesel em uma F100 antiga, ano 62.
Me sugeriram varios motores, entre eles o cummins 4BTAA da F350 e F250
Liguei pra uns mecanicos que fazem estas adaptações, porem 2 me falaram que não fica bom pq o motor é muito pesado.
Mas de acordo com o manual, este motor pesa 260kg e um MWM 229 4 cil pesa 445 kg (o aspirado). E já vi muito MWM 229 em caminhonete antiga ...e com suspensão original.
Daí eu pergunto, pq disseram que é pesado demais?
Nunca vi usarem esse motor, que é excelente, em adaptações.
Pq será?
Até onde eu me lembre, o 4BT também está na faixa duns 400 a 500kg também. Mas tem ainda um motor japonês Komatsu de 3.3L que a Cummins vende como parte da série B (B3.3/QSB3.3) e é mais compacto e leve que o 4BT que nós conhecemos (B3.9/ISB3.9/QSB3.9), e talvez possa ser esse motor que pese uns 260kg. Dizer que o 4BT seria pesado demais não parece fazer sentido, afinal nos Estados Unidos não é incomum adaptar motores V8 Big-Block nessas caminhonetes, e o peso deles orbita numa faixa próxima à do 4BT. Já por aqui, considerando que os MWM sempre foram disponibilizados em maior quantidade tanto em aplicações automotivas quanto agrícolas, náuticas e estacionárias/industriais, é até um tanto previsível que prevaleçam nas adaptações.
ExcluirSe liberarem o diesel para as picapinhas como na época da Saveiro, adeus Voyage e Siena.
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