Um tema polêmico que vem se arrastando desde meados de 2007 e que pode representar um grande entrave ao desenvolvimento de um programa de bioenergia mais adequado à realidade da República das Bananas brasileira é o assim chamado “pré-sal”, grande reserva de petróleo encontrada após algumas camadas de sedimentos depositados no fundo do mar. Além de um desinteresse na busca por energias alternativas, bastante previsível quando se pensa na vagabundagem acomodação associada ao brasileiro estereotípico, há todo um problema sobre os royalties pagos pela Petrossauro Petrobras aos Estados que tem poços de petróleo em suas respectivas plataformas oceânicas. Atualmente, o Rio de Janeiro é o maior “produtor” de petróleo brasileiro, junto com o Espírito Santo. Há quem defenda uma divisão de tais valores com as demais unidades da federação, como o deputado Ibsen Pinheiro, conhecido por ter conduzido o impeachment de Fernando Collor de Mello e ser favorável a reservas de mercado para produtos nacionais. Autor da “emenda Ibsen Pinheiro”, que propõe o fim de concessões a empresas estrangeiras e retorno do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo, além de direcionar 40% do valor dos royalties e 50% da “participação especial” da extração em águas territoriais brasileiras, e o resto do dinheiro ser aplicado no “Fundo de Participação dos Municípios”. Na teoria, seria uma boa oportunidade de reduzir as “desigualdades regionais” simplesmente injetando dinheiro, mas melhor que dar o peixe tirado do pescador à força é ensinar a pescar...
Na prática, é uma grande ilusão acreditar que isso faria melhorar a vida no inferno Brasil, basta ver o exemplo da vizinha Venezuela, que tem reservas de petróleo maiores que as da Arábia Saudita e a única “vantagem” é a gasolina ser mais barata que água potável podendo saciar a sede de grandes e confortáveis banheironas carros velhos americanos com um rodar mais macio que o dos calhambeques carros populares brasileiros. Houve até uma época durante a década de 70 em que os botecos supermercados da capital Caracas podiam se dar ao luxo de trazer o cacetinho pão todas as manhãs por via aérea direto de Miami, e o governo de Carlos Andrés Perez aplicou parte dos lucros do grande aumento das cotações internacionais do petróleo em seguridade social e infraestrutura, mas hoje o socialismo “bolivariano” de Hugo Chávez usa o preço baixo da gasolina no mercado interno para ganhar simpatia popular enquanto os lucros das vendas internacionais atendem aos caprichos pessoais do próprio governante. E conhecendo as politicagens brasileiras, seria previsível que tais problemas fossem replicados ou até piorados na terra da cachaça, e os lucros da exploração do “pré-sal” perdidos com bobagens que não dão futuro como suruba com gringos travados de pó desfiles cinematográficos de Carnaval, dar dinheiro a fundo perdido para clubes de futebol e financiar vagabundos pseudo-intelectuais que usam organizações “não-governamentais” de fachada para abocanhar verbas públicas – algumas quadrilhas ONGs já estão se levantando para defender o “controle social” dos lucros do “pré-sal”...
Após uma experiência no campo dos biocombustíveis com o etanol que, apesar de não ser das melhores em termos de eficiência, vem sendo enaltecida mundo afora, ainda seria um grande vacilo recuar a um consumo maior de petróleo, cuja poluição fica acumulada na atmosfera por mais tempo enquanto no caso dos biocombustíveis o próprio ciclo produtivo promove uma compensação das emissões. Também é importante destacar que a produção de biocombustíveis pode servir para a valorização da população do campo, desestimulando o êxodo rural e conseqüente inchaço das grandes cidades, e em algumas regiões ainda tem efeitos benéficos na regulação térmica, como no Sertão nordestino, aonde as longas raízes de algumas oleaginosas empregadas na produção de biodiesel alcançam lençóis freáticos subterrâneos (mesmo que alguns sejam salinizados demais para a água ser considerada potável) e a transpiração das plantas acaba promovendo um aumento na umidade relativa do ar, reduzindo a incidência de problemas respiratórios, sobretudo em crianças e idosos.
Para reduzir as tão comentadas “desigualdades regionais”, a produção do biodiesel pode ser até mais eficiente que cavar buraco no fundo do mar explorar o “pré-sal” de forma imediatista e irresponsável, devido a uma maior oferta de postos de trabalho locais a ser gerada, que acabaria por não obrigar o sertanejo nordestino durante a época da seca a ser explorado por agroboys procurar vagas temporárias como “bóia-fria” nas plantações de cana-de-açúcar em São Paulo, que ainda vem tendo uma participação mais intensa da mecanização, reduzindo a demanda por mão-de-obra. Logo, um investimento sério nos biocombustíveis, sobretudo o biodiesel, é mais coerente com a realidade social, econômica e ambiental brasileira do que a empolgação inicial em torno do “pré-sal”...
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html