quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Caso para reflexão: Gurgel Carajás

Lançado em '84 e produzido regularmente até '91, com poucos exemplares feitos sob encomenda até a falência da Gurgel Motores em '95, o Carajás tinha uma proposta que pode ser vista como algo intermediário entre um SUV tradicional e os atuais crossovers. Não tinha tração 4x4, nem sequer um diferencial blocante como o Eaton ELD usado pela Fiat na linha Adventure, apenas um sistema de frenagem seletiva das rodas traseiras (Selectraction) usado para emular manualmente o efeito de um bloqueio de diferencial propriamente dito. A capacidade de carga nominal de 750kg e as acomodações para 4 passageiros além do motorista também não o credenciariam ao uso do Diesel...
A suspensão independente nas 4 rodas era enfatizada nos emblemas com os dizeres 4-WIS (4-wheel independent suspension), numa analogia aos emblemas "4WD" (4-wheel drive) usados em utilitários 4X4. O câmbio de 4 marchas do tipo transeixo era o mesmo da Kombi, e montado na parte traseira, com o motor à frente e a transmissão primária por meio de um tubo-de-torque (espécie de eixo cardã montado dentro de um compartimento tubular selado), de forma que a distribuição de peso entre os eixos não se mostrava tão favorável à tração em condições de baixa aderência como ocorria com outros modelos da Gurgel baseados mais diretamente no layout mecânico do Fusca, com especial destaque para a série Xavante (X10/X12/Tocantins). Ainda assim, além do motor Volkswagen EA-827 de 1.8L a gasolina com 85cv (ou a etanol com 97cv), até '89 foi oferecido o motor de 1.6L Diesel de 50cv, e o consumo médio de combustível chegava a cair quase à metade, indo de 9km/l na gasolina a 16km/l com o Diesel.

5 comentários:

  1. Diz a lenda que alguns Carajás saíram com tração nas 4 rodas usando peças de caminhonete Nissan mas só para exportação.

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    1. Já ouvi falar nessa lenda mas nunca vi evidências concretas sobre isso.

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  2. Vi um desse estacionado uma vez em uma cidade vizinha a minha como eu era crianca na epoca nao consegui chegar perto meu pai nao deixou e nem soube dizer que carro era aquele;Eu ja gostava de carros na epoca e guardei as imagens da visao que tive do mesmo hoje sei que era um Gurgel Carajas ,escrevendo esse comentario acabo de me lembrar que posteriormente vi esse icone outras duas vezes em outra cidade mas tambem nao consegui indentificar o mesmo estava andando em uma avenida movimenta suas linhas me cativaram por quadradas,retas,assimetricas e com regua de alinhamento e aquele estepe no capo era um charme a parte. Ele sempre se destaca entre os carros em uma avenida especialmente hoje que os carros nao tem mais uma identidade propia, tem o porte de um Ford Ecosport mais estava a quase duas decadas na frente deste.

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  3. Tts foi uma gambiarra de fabricação. O câmbio é fraco pra ele quando usa o 1.8, no diesel com apenas 50cv é uma lesma. Vale uma turbininha.

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    1. Também não morro de amores pelo TTS, e a bem da verdade foi uma oportunidade perdida para acabar com a dependência excessiva por componentes da Volkswagen na linha Gurgel.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html