terça-feira, 7 de outubro de 2014

Uma breve reflexão sobre o panorama eleitoral brasileiro

Após o primeiro turno, é hora de avaliar alguns resultados e seus desdobramentos...

A nível de Rio Grande do Sul, na disputa pelo governo estadual chegou a surpreender alguns o avanço do ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, que acabou sendo o maior beneficiado pelos ataques do PT à senadora Ana Amélia Lemos. Quem eventualmente tenha deixado de votar na Ana Amélia motivado pela propaganda petista estaria mais propenso a votar no Sartori, visto que ambos representam uma rejeição clara ao candidato à reeleição Tarso Genro. Se nem a Yeda Crusius conseguiu se reeleger, embora tenha feito uma excelente administração e dado um bom respaldo à Brigada Militar, é pouco provável que o Tarso consiga, principalmente agora que a questão do piso do magistério tão explorada na campanha de 2010 esteja se refletindo contra ele. Considerando o que interessa a esse espaço, no que tange aos biocombustíveis, é possível que o candidato Sartori, que conta com uma forte adesão do setor ruralista (tanto os "colonos" mais humildes quanto grandes estancieiros), dê uma atenção especial a essa pauta, que traz uma boa perspectiva para aumentar a rentabilidade da atividade agropastoril de um modo geral.

Para a presidência da República, a polarização entre PT e PSDB acabou se repetindo, apesar de toda a comoção pela morte de Eduardo Campos e da candidatura de Marina Silva no lugar do falecido terem agitado a campanha. Mesmo assim, um segundo turno entre a petista Dilma Roussef que concorre à reeleição e o senador Aécio Neves que é o candidato do PSDB gera grandes expectativas tanto pelos resultados apresentados como governador em Minas Gerais quanto por uma imagem um tanto messiânica (e até pouco explorada durante a campanha) vinculada ao avô Tancredo Neves, eleito em '85 mas morto antes de assumir o mandato presidencial em circunstâncias que nunca foram devidamente esclarecidas (diz-se que foi uma diverticulite provocada por uma azeitona, mas nem a Glória Maria sabe de qual calibre) e substituído pelo vice José Sarney que, ironicamente, acabaria se aliando ao PT...

Pois bem, no tocante aos biocombustíveis, a degradação da relação entre o PT e o setor sucroalcooleiro durante o governo Dilma, e a situação crítica que muitas usinas se encontram, já são um aspecto negativo a se considerar. A estagnação no mercado de biodiesel também pesa contra. Vale destacar que, durante a campanha presidencial de 2010, Dilma chegou a posar para fotos usando um boné do MST, grupo que já se mostrou contrário ao uso de matérias-primas da "agricultura familiar" na cadeia produtiva do biodiesel ao proibir que moradores dos "assentamentos" fornecessem óleo de mamona à Petrobras, sob a alegação de que estariam cedendo ao capitalismo. Levantar tópicos referentes à crise da Petrobras, que vem sendo fortemente espoliada, tornam ainda mais nebulosos os prognósticos referentes à segurança energética brasileira no caso de uma reeleição da candidata petista.

O tratamento depreciativo dispensado pelo PT aos militares, num contexto de guerra de quarta geração com o intuito de reescrever a História ao bel-prazer dos derrotados, a idolatria com os ossos do Jango, e o apoio a ditaduras estrangeiras comprometendo inclusive recursos públicos (dinheiro dos impostos que nós pagamos) enquanto o povo brasileiro sofre com a precariedade da infra-estrutura não apenas nos hospitais que mais parecem um açougue, estradas que são uma verdadeira armadilha mortífera, violência urbana comparável às guerras civis da África e Oriente Médio, e uma tentativa de usurpação do poder familiar por meio de um sistema educacional mais direcionado à lavagem cerebral, também geram descontentamento em diversos setores da sociedade brasileira, e o perfil mais "conservador" atribuído à legislatura eleita para ocupar a Câmara dos Deputados e as 27 vagas ao Senado é um reflexo desse cenário. Brasileiro pode até parecer um povinho vagabundo e sem culhões, facilmente condicionável e suscetível a promessas vazias mas, apesar de muitos ainda estarem inebriados pelas migalhas jogadas pelo governo como galinhas numa gaiola esperando que se lhes atire um punhado de milho, bem como a difusão da promiscuidade e glamurização da "malandragem" como manifestações de "cultura popular" (entenda-se como "cultura" o lixo veiculado pela Rede Globo de Televisão, indo das novelas ao "funk ostentação"), a essência do nosso povo ainda é apegada a uma educação à moda antiga valorizando a honradez, o trabalho e a família tradicional.

A candidata Marina Silva, mais uma vez fora da disputa ainda no primeiro turno e cuja alegada "neutralidade" no segundo turno de 2010 disputado por Dilma e José Serra acabou beneficiando a petista, não vai ficar em cima do muro dessa vez. Declarações feitas por alguns correligionários dão um tom fortemente contrário à Dilma, e a própria Marina já declarou apoio ao Aécio dessa vez. Embora seja considerada ideologicamente mais próxima do PT que do PSDB, e portanto seja esperada uma maior rejeição contra o Aécio do que contra a Dilma por parte de quem "marinou" no primeiro turno, vale recordar novamente o falecido Eduardo Campos, que já havia declarado que se não fosse para o segundo turno apoiaria Aécio, o que levou até a especulações quanto a uma eventual sabotagem ao avião no qual o ex-governador de Pernambuco viajava quando ocorreu o acidente fatal.

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