sábado, 11 de novembro de 2017

Uma rápida reflexão sobre o GNL e as emissões evaporativas

Já faz algum tempo que o gás natural liquefeito vem ganhando algum espaço no exterior, sobretudo para uso em caminhões tanto combinado quanto em substituição total ao óleo diesel convencional. A maior densidade energética em comparação ao gás natural comprimido, este normalmente mais comum em veículos leves e consolidado também no mercado brasileiro, já pode soar convidativa para uso em operações de média a longa distância nas quais o peso e o volume tomados pelo sistema de combustível tornam-se mais críticos. No entanto, além da maior complexidade dos equipamentos instalados nos veículos, do alto consumo de energia para liquefazer o gás, da infra-estrutura pouco consolidada para reabastecimento, e dos riscos inerentes à manipulação de fluidos criogênicos que se faz necessária para manter o gás natural armazenado em estado líquido, outro aspecto relevante acaba sendo muito subestimado: as emissões evaporativas.

Ao contrário dos combustíveis líquidos voláteis convencionais, para os quais já existem meios de recuperar os vapores sem eliminá-los diretamente na atmosfera, com destaque para o cânister normalmente usado em veículos movidos a gasolina e/ou etanol, o GNL traz maiores dificuldades devido à elevada taxa de expansão à medida que vai absorvendo calor latente de vaporização pela temperatura ambiente. Como seria de se esperar, quando o consumo de combustível do veículo ou equipamento especial movido a gás natural liquefeito não mantenha uma proporção compatível com o aumento da temperatura no sistema de armazenagem do combustível, o único modo de aliviar a pressão e evitar uma explosão dos tanques é alijando os vapores por meio de respiros, de tal forma que o potencial energético fica subaproveitado. Cabe lembrar ainda que o nitrogênio líquido, usado para preservar as temperaturas extremamente negativas (na faixa de -163° C) que inibem a regaseificação do GNL, também sofre perdas por evaporação e precisa ser reposto durante os reabastecimentos.

Se as emissões evaporativas servem de pretexto para a descontinuação da produção de alguns veículos, mais notadamente motocicletas de diversas faixas de cilindrada, há de se questionar a que ponto faria sentido abrir mão do controle desse parâmetro em benefício de uma alternativa que inicialmente parecesse mais "limpa" que o óleo diesel convencional e o biodiesel. A bem da verdade, lembrando que o metano, principal componente do gás natural, tem uma meia-vida mais longa que a do dióxido de carbono (CO² - "gás carbônico"), chega a ser questionável até mesmo a efetividade de uma redução nas emissões de óxidos de nitrogênio inerentes à substituição total ou parcial do óleo diesel pelo GNL. Enfim, se por um lado em algumas aplicações urbanas e regionais de curta distância o gás natural comprimido seja de fato um concorrente de peso, por outro o gás natural liquefeito está longe de ser o substituto à altura para o óleo diesel convencional como se esperava...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html