quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A vez do etanol

Reconhecido como um dos combustíveis alternativos mais bem-sucedidos a nível mundial, o etanol ganhou posição de destaque devido ao amplo uso que teve no mercado brasileiro, favorecido pelas restrições impostas ao uso do óleo diesel em veículos leves.
No entanto, o uso do combustível alternativo ainda é mais difundido em motores de ignição por faísca, como o CHT que equipou modelos da Ford, como a Pampa, e até alguns Volkswagen durante a AutoLatina.


Não há de se ignorar que a maior popularidade da injeção indireta em motores Diesel leves, como o OM616 usado no 240D, mostrava-se menos favorável à maior volatilidade do etanol. No entanto, em motores mais pesados que já incorporavam a injeção direta, como o MWM D-229-6, já se podia comprovar que o combustível alternativo podia funcionar a contento com a ignição por compressão. Chegou a constar como opcional para os caminhões Ford Série F, com duas bombas injetoras, uma para o óleo diesel e outra para o etanol.

Já hoje, com a prevalência da injeção direta em todos os segmentos mundo agora, pouco importando se num Hyundai Acccent CRDi ou num caminhão, o uso do etanol fica ainda mais convidativo. Mostra-se como uma opção mais fácil para cumprir normas ambientais mais rígidas, zerando as emissões de material particulado, dispensando por exemplo o controverso DPF, que tem sido fonte de incomodações para alguns usuários em função de problemas com a regeneração forçada quando o veículo é muito usado em condições de pouca carga e trajetos curtos, ou quando se usa combustíveis alternativos como biodiesel e óleo vegetal, e até contaminação do óleo lubrificante quando não há um bico injetor específico na carcaça do DPF.

O consumo de combustível ao rodar com etanol num motor de ignição por compressão é superior na ordem de 50%, o que parece pouco convidativo em trechos rodoviários de média e longa distância, mas a menor ocorrência de problemas com dispositivos de controle de emissões faz com que seja uma opção até bastante acertada para serviços urbanos em trechos mais curtos e com paradas constantes.

Uma maior difusão das possibilidades da aplicação do etanol em motores de ignição por compressão também pode se mostrar útil como argumento em defesa da liberação do Diesel sem distinção de capacidade de carga ou tração, minimizando temores quanto a um repentino aumento na demanda pelo óleo diesel...

4 comentários:

  1. Essas tranqueiras de DPF, SCR e EGR só podem ser coisa do diabo mesmo, sempre dão um jeito de atrapalhar o serviço.

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  2. Uma das poucas coisas boas do Brasil foi o álcool, apesar de ter sido mal gerenciado.

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  3. Então, a solução pode ser mais fácil. Basta suprimir essas potrocas de EGR, SCR, DGR, e outras siglas, e abastecer os motores com uma mistura de Etanol anidro - sem adição de água - e Biodiesel de cana.

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    1. O inconveniente do etanol é o volume a ser consumido, maior que o de óleo diesel ou biodiesel. Mas ainda assim, considerando os resultados com o etanol sobretudo no tocante à redução das emissões de material particulado, mesmo que fosse feita uma injeção suplementar em separado do óleo diesel já seria uma boa alternativa.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html