sábado, 18 de maio de 2013

Caso para reflexão: Kombi

Um ícone do mercado automobilístico brasileiro, mas prestes a sair de cena, a Kombi enfrentou uma concorrência acirrada a partir da década de 90 quando modelos como a Kia Besta começavam a ganhar espaço no mercado brasileiro.
Ainda que a concorrência moderna tivesse capacidade de carga maior e mais equipamentos de conforto, desde direção hidráulica e ar-condicionado até câmbio automático, a Kombi ainda tem algumas qualidades, notadamente a maior aptidão a terrenos hostis proporcionada pelo motor traseiro e, apesar da altura do cofre do motor formar um "calombo" no compartimento de bagagens, a altura interna não era tão prejudicada pela intrusão de elementos da transmissão no interior.

Entretanto, talvez o aspecto que mais tenha prejudicado a Kombi a partir da década de 90 foi a ausência de versões com motor Diesel, ainda que entre 1981 e 1985 estivesse disponível para as versões furgão de carga e pickup, homologadas para 1000kg de capacidade de carga.
A posição do radiador na dianteira do veículo, com o motor permanecendo atrás, foi muitas vezes apontada como a razão para superaquecimentos, mas na verdade o problema era o rotor subdimensionado da bomba d'água, com apenas 60mm de diâmetro quando o ideal seria 70mm, para evitar a formação de uma bolha de vapor dentro do circuito de refrigeração, embora gambiarras como a ampliação das aberturas laterais de ventilação e uso de filtro de ar de maior capacidade fossem tentativas comuns de diminuir o problema. Ainda assim, a Kombi Diesel não era tão ruim. Alguns proprietários e ex-proprietários chegam a relatar médias de consumo entre 16 e 18km/l.

Para as versões destinadas ao transporte de passageiros, com acomodações para 8 pessoas além do motorista e capacidade de carga ligeiramente inferior, apesar da própria Volkswagen ter anunciado que extra-oficialmente até 12 pessoas cabiam na Kombi, não houve tal opção, permanecendo o motor de batedeira Fusca, que já havia conquistado a confiança dos consumidores e tinha preço inicial era mais favorável..

Tardiamente, em 1997, a Kombi brasileira finalmente incorporava a porta corrediça que o modelo europeu recebia 30 anos antes e já era padrão na concorrência, mas a reintrodução de versões com motor Diesel não ocorreu, nem a inclusão de acessórios como ar-condicionado e direção hidráulica. Enquanto isso, de 1997 a 2001 a Besta foi o veículo importado mais vendido no mercado brasileiro,

Outra oportunidade desperdiçada foi em 2006, quando a Volkswagen substituiu o velho motor boxer refrigerado a ar pelo EA-111 de 1.4L usado em versões de exportação do Fox. Havia quem esperasse que o 1.9SDI usado em versões de exportação de Gol, Parati e Saveiro pudesse ser oferecido ao menos como opção, enquanto outros mais otimistas especulavam que o 1.4TDI de 3 cilindros, com turbo e injeção direta gerenciada eletronicamente, pudesse fazer as honras, e eventualmente superar a eficiência do antigo 1.6L aspirado de injeção indireta e 50cv.
Até há quem insista que ter investido na oferta de uma opção de motor Diesel moderno para a Kombi teria um custo elevado demais para ser aplicado num projeto já envelhecido e de uma simplicidade franciscana, mas não se pode negar que o modelo teria mais um argumento de concorrência em segmentos que hoje tem favorecido o Diesel, como as ambulâncias...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html