terça-feira, 21 de maio de 2013

Reflexões de um dieselhead

No mundo "politicamente-correto" de hoje, onde criticar a incompetência de políticos populistas e a obsessão de alguns grupos em se posicionarem eternamente como "vítimas" para conseguir privilégios é uma atitude que vem sendo bastante depreciada pelo povão alienado, e um falso ambientalismo usado apenas para atravancar o desenvolvimento econômico e científico é enaltecido como detentor de verdades incontestáveis, não chega a surpreender que uma eventual liberação do Diesel em veículos de qualquer espécie não seja tratada com a devida importância. Enquanto qualquer marcha da maconha, marcha das vadias, "bicicletada", parada gay ou qualquer quebra-pau incitado pela esquerda-caviar estiver mobilizando massas maiores que um evento contra a corrupção "ideologicamente-justificada" que está corroendo o Brasil como um câncer, fica tudo mais difícil...

Ter que justificar a possibilidade de usar um espectro mais amplo de biocombustíveis do que ficar preso ao etanol, enquanto a Petrobras e o setor sucroalcooleiro mantém o consumidor como refém, é uma escandalosa inversão de valores. E mesmo que fosse o caso de se usar o óleo diesel convencional num veículo leve, prática usual em qualquer outro país, se a tão propagada "auto-suficiência em petróleo" não fosse um mero artifício publicitário já não haveria qualquer justificativa plausível às restrições em vigor.

O sucateamento da malha ferroviária e da infra-estrutura portuária, que poderiam desafogar rodovias e ainda reduzir a demanda pelo óleo diesel no transporte pesado, não são culpa do cidadão de bem que simplesmente deseje rodar no Diesel sem precisar portar uma jamanta caminhonete nem ser enquadrado num "crime contra a economia popular". Enquanto isso, carregar dólar na cueca e fraudar licitações para compra de ambulâncias terminam sempre em pizza...

Lidar com os ditos "ambientalistas", e a habitual intransigência deles que tentam sempre impor uma "condenação moral" a quem não compartilhe de uma visão limitada e excessivamente alarmista, é outra tarefa ingrata. Alguns, imbuídos por um falso viés nacionalista, defendem cegamente o goró etanol como se fosse realmente um pioneirismo brasileiro, quando até Henry Ford já havia apostado nesse combustível por proporcionar a fazendeiros uma maior autonomia energética, e também parecem esquecer que o assovio-de-cobra etanol só veio a emergir no Brasil como uma alternativa viável durante o regime militar, que apresentava um alinhamento ideológico incompatível com o da maior parte desses falsos ecologistas.

Parecem também ignorar que o cultivo de oleaginosas destinado a suprir a demanda por biodiesel ou o uso dos óleos puros como combustível tem mais potencial para auxiliar na recuperação de áreas degradadas, gera um impacto menor na produção de gêneros alimentícios e pode ser organizada em menor escala com uma maior proximidade de diferentes centros consumidores, reduzindo os gastos e o impacto ambiental dos processos logísticos, além de promover geração de empregos e uma maior estabilização biológica.

Outro xodó dos ecochatos de plantão são os híbridos: enquanto idolatram modelos como o Toyota Prius, que não se pode negar ter como mérito uma aerodinâmica bastante apurada, mas mesmo com toda a tecnologia empregada no sistema de tração elétrico auxiliar e o desligamento automático do motor a combustão interna em marcha-lenta e condições de baixa demanda, ainda apresenta médias de consumo parelhas às de veículos de porte semelhante equipados com motor Diesel, ou até menos vantajosas dependendo do trajeto. Um Peugeot 308, quando equipado com o motor e-HDi de 1.6L, consegue superar facilmente a marca dos 25km/l pela qual alguns proprietários do Toyota Prius se vangloriam...

Também vale destacar que o sistema híbrido não pressupõe a impossibilidade de se usar um motor Diesel, como vem sendo demonstrado pelo Grupo PSA com modelos como o Peugeot 3008 e o Citroën DS5 dotados do sistema Hybrid4, no qual a tração elétrica auxiliar é acoplada diretamente ao eixo traseiro, provendo tração 4X4 em conjunto com o motor Diesel que permanece encarregado de tocar as rodas dianteiras e o gerador on-board.

Ainda assim, ao levar em consideração o uso mais intenso de matérias primas e respectivos processos logísticos e industriais para a produção de um híbrido em comparação com um veículo dotado de sistema de tração mais tradicional, bem como a vida útil de componentes como a bateria, módulos eletrônicos mais sofisticados e o descarte dos mesmos, além de restrições à adaptabilidade a combustíveis alternativos considerando o uso de ignição por faísca, na prática até o tão aclamado Prius pode se mostrar mais "sujo" que uma vetusta Mercedes-Benz MB180D com o lendário motor OM-616, diga-se de passagem um dos melhores para usar óleo vegetal como combustível.

Não se pode mais aceitar que burocratas sigam perpetuando restrições arbitrárias ao uso de motores Diesel, mais eficientes e até mais adequados à realidade econômica, social e ambiental do país.

3 comentários:

  1. Sou jornalista e gostaria de saber se algum dos organizadores tem um telefone de contato (de preferência) ou e-mail.

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    1. Manda um comentário só com teu e-mail (que não será publicado por razões de segurança) que vai ter a resposta.

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  2. Essa roubalheira do PT já deu o que tinha que dar.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html