sábado, 1 de junho de 2013

Brasil: pronto para a liberação do Diesel?

Já não é de hoje que a incoerência das restrições ao uso de motores Diesel em veículos leves no mercado brasileiro tem provocado distorções. Enquanto muitos por falta de opção permanecem reféns da ignição por faísca, e em algumas aplicações especiais como veículos funerários dificilmente teriam espaço disponível para se dar ao luxo de adaptar um sistema de gás natural, não é difícil se deparar com veículos classificados como "utilitários" sendo alçados a posições de prestígio no cenário automotivo nacional, entre outros fatores pelo privilégio de poderem usar o Diesel.

Se hoje a nível mundial o uso de motores Diesel passou a ser bem visto até em carros de luxo, foi por apresentar vantagens operacionais, e até fazer frente à severidade crescente das normas de emissão de poluentes. Diferentemente do que vem ocorrendo ainda no Brasil, porém, em mercados mais desenvolvidos tais benefícios também são acessíveis em segmentos mais básicos. Até mesmo carros "populares" podem ser encontrados com essa opção, incluindo alguns modelos de fabricação brasileira, nos quais o Diesel fica restrito aos mercados externos. Ou seja, a indústria automobilística instalada localmente tem plena capacidade de atender a uma demanda interna que viria a surgir "da noite para o dia".

Muitos ainda temem um efeito da maior demanda pelo óleo diesel nos custos do transporte pesado, feito principalmente por caminhões e ônibus devido ao sucateamento das ferrovias e da infraestrutura portuária. No entanto, considerando a maior adaptabilidade do ciclo Diesel ao uso de combustíveis alternativos sem provocar alterações de desempenho, e a experiência brasileira com biocombustíveis desde a época do ProÁlcool, pode-se deduzir que praticamente não há o que temer, e soluções estarão facilmente disponíveis.

Pode-se dizer que a nível de Brasil o único empecilho à liberação do Diesel é o governo, atualmente dominado por facções que desprestigiam o produtor rural e a contribuição que o homem do campo pode dar à segurança energética nacional. Mesmo assim, sob uma esfera mais ampla, observa-se que o mercado consumidor está cada vez mais receptivo às vantagens que o Diesel pode proporcionar.

4 comentários:

  1. O povo brasileiro faz questão de ser feito de otário, por isso não liberam motor a diesel.

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  2. Querem legalizar a maconha, mas só de falar em legalizar diesel já começam a achar que o sujeito é pirado. Tremenda inversão de valores mesmo.

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  3. Quem ia se dar melhor com a liberação do diesel era os taxistas, ficar com carro mais econômico sem perder garantia como acontece nos carros adaptados no gás.

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    1. Mas não seriam os únicos a se beneficiar. Só de comparar o consumo de alguns carros compactos nacionais que mal conseguem beliscar a faixa dos 14km/l com similares destinados a mercados externos rondando a barreira dos 25km/l já se pode ter uma idéia...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html