quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Caso para reflexão: Opel Combo B europeu e pick-up Corsa brasileira

Opel Combo B europeu: produzido entre '94 e 2001 na antiga fábrica da Opel em Azambuja (Portugal) e entre 2002 e 2005 pela SAIC em Xangai (China), seguia o estilo high-cube tradicional nos furgões compactos europeus entre as décadas de '70 e '90, até que "multivans" como Renault Kangoo e Fiat Doblò começassem a despontar. Com portas traseiras de folha dupla, permitia que se acomodasse um Europallet no compartimento de carga com auxílio de uma empilhadeira. Até 2001 esteve disponível apenas com o motor Isuzu 4EE1 1.7L Diesel de injeção indireta e aspiração natural, chegando a ser oferecido até mesmo em alguns mercados sul-americanos que também recebiam a pick-up Corsa brasileira, como a Argentina e Uruguai. Por conta dos impedimentos burocráticos contra o Diesel em veículos leves, ficamos sem essa interessante opção do lado de cá da fronteira. Apenas ao passar a ser produzido na China exclusivamente para o mercado local (e apenas na versão Tour, que trazia janelas laterais e um banco para 3 passageiros no compartimento traseiro) que veio a surgir uma opção de motor a gasolina, o mesmo 1.6L de 8 válvulas usado na pick-up Corsa brasileira e no Buick Sail (versão chinesa do Corsa sedan da época). Por mais que não exista nenhuma restrição formal ao Diesel em veículos leves por parte do governo chinês, por lá a preferência tem recaído sobre os motores de ignição por faísca devido a uma maior facilidade em adaptá-los para operar com combustíveis gasosos (desde o gás liquefeito de petróleo - gás de cozinha - ao gás natural veicular, passando pelo biogás extraído nas estações de tratamento de esgoto e biodigestores instalados em fazendas) amplamente disponíveis no mercado local.

Pick-up Corsa brasileira: produzida entre '95 e 2003, era basicamente uma versão "tropicalizada" do Combo europeu, cuja bitola traseira larga não nega a origem mas as linhas ganham alguma fluidez com os paralamas abaulados. Atendendo a preferências locais pelo compartimento de cargas aberto, característica apreciada tanto por proporcionar alguma versatilidade na acomodação de cargas de tamanhos variados quanto por proporcionar um aspecto visual percebido por alguns como mais "esportivo". Em função das restrições ao uso de motores Diesel no mercado brasileiro foi disponibilizada localmente apenas com um motor 1.6L de 8 válvulas a gasolina, inicialmente com injeção eletrônica monoponto e a partir de '96 multiponto. Teve como única opção de motor Diesel destinada exclusivamente à exportação o mesmo Isuzu 4EE1 usado no Combo que, com exceção do Oriente Médio e África do Sul (onde foi comercializada como Opel Corsa Utility), acabou sendo mais bem-sucedido nos mercados externos que as versões a gasolina.

4 comentários:

  1. Tenho uma carrinha Opel Combo Tour com o motor Isuzu 4EE1 e estive a pensar em usar injecção suplementar de GPL.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Injeção suplementar de gás liquefeito de petróleo não é muito recomendável num motor Diesel, principalmente num de injeção indireta, devido à menor resistência à pré-ignição. Nesse caso, se quiser mesmo usar injeção suplementar, o gás metano (vulgarmente conhecido no Brasil como "gás natural") é mais adequado. Até existem alguns equipamentos que promovem a mistura automática de combustíveis gasosos com o óleo diesel para que sejam injetados ao mesmo tempo, de modo que o óleo promova a ignição do gás.

      Excluir
  2. Já vi um Corsa furgão desses em Florianópolis, mas com umas janelas laterais no baú. Era carro de turista argentino.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em Florianópolis já fazem mais de 10 anos que eu não vejo um desses.

      Excluir

Seja bem-vindo e entre na conversa. Por favor, comente apenas em português, espanhol ou inglês.

Welcome, and get into the talk. Please, comment only either in Portuguese, Spanish or English.


- - LEIA ANTES DE COMENTAR / READ BEFORE COMMENT - -

Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html