segunda-feira, 13 de abril de 2015

Caso Ultracargo: convite a uma breve reflexão

No dia 2 de abril, um incêndio atingiu um depósito da empresa Ultracargo, em Santos, e persistiu até a última sexta-feira (10). Nos tanques, havia gasolina, mas numa simulação apresentada pela Rede Globo na edição de ontem do programa "Fantástico", por motivos de segurança foi utilizado ÓLEO DIESEL ao invés de gasolina. Além de todo o transtorno que já seria de se esperar em decorrência dum incêndio de grandes proporções, há de se considerar também o passivo ambiental. Vazamentos de gasolina chegaram a provocar uma alarmante mortandade de peixes no município de Cubatão, trazendo prejuízos à pesca artesanal que tem uma participação expressiva na economia local e prejudicando a disponibilidade de uma proteína animal mais facilmente acessível a algumas camadas mais pobres da população naquela região.

O que já seria um bom pretexto para reflexões quanto às vantagens do óleo diesel e dos principais substitutivos de origem renovável (tanto vegetais quanto animais) no tocante à segurança devido à menor volatilidade e pontos de fulgor mais elevados que dificultam a propagação de um eventual incêndio, também fomenta discursos a favor do biodiesel ao considerarmos a componente ambiental envolvida no referido episódio. Além do biodiesel apresentar uma toxicidade absolutamente desprezível em comparação à gasolina, a ponto de alguns adeptos desse combustível eventualmente beberem pequenas amostras, é biodegradável e pode até servir como substrato para o desenvolvimento de microalgas que acabam por servir de alimento para a fauna marinha, e portanto o impacto de um vazamento de biodiesel viria a ter menos efeitos adversos sobre ambientes naturais.

Num país com forte vocação agroindustrial, como é o caso do Brasil, chega a soar incoerente que tais características venham sendo solenemente ignoradas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pelo Ministério de Minas e Energia, o que acaba por levar a uma perpetuação das absurdas restrições impostas ao uso de motores Diesel em veículos automotores em função das capacidades de carga, passageiros e tração. A população fica mais exposta ao risco de catástrofes semelhantes ao incêndio em Santos, devido à incompetência de uma administração pública que elevou a corrupção ao patamar de uma endemia, e vale-se do infame monopólio da Petrobras como uma vaca leiteira para cobrir rombos nas contas públicas provocados pela irresponsabilidade fiscal.

2 comentários:

  1. É o país da piada pronta mesmo. Muitas mortes que poderiam ser evitadas se as pessoas tivessem a chance de ter um carrinho a diesel sem serem taxadas de bandido enquanto malandro de verdade pinta o 7 e continua livre leve e solto.

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  2. Parece que esperam morrer gente para fazer alguma coisa, e se precisar ser feito ainda vai ser malfeito.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html