sexta-feira, 3 de abril de 2015

Mais uma pérola do YouTube: motor Ruston WB de válvulas laterais


Motores de válvulas laterais (no bloco) com ignição por faísca foram até bastante comuns até a década de '50, favorecidos por um custo de fabricação menor em comparação a motores com válvulas no cabeçote, tendo entre os exemplos mais notáveis o V8 Ford "flathead" introduzido originalmente em 1932 e que ganhou sobrevida no Brasil até 1966 equipando o Simca Chambord, versão local do antigo Ford/Simca Vedette francês. Se por um lado a disposição de válvulas laterais se mostra adequada a faixas de rotação mais contidas, por outro as limitações referentes aos fluxos de admissão e escape e as taxas de compressão mais modestas não pareciam tão adequadas às características operacionais de motores do ciclo Diesel. Uma intrigante exceção é o motor Ruston-Hornsby 1WB, produzido entre 1963 e 1968 na Inglaterra.

Tinha uma característica bastante peculiar para auxiliar na partida, que era uma injeção suplementar de óleo para aumentar momentaneamente a taxa de compressão. É um motor bastante rústico, de 1 cilindro vertical e refrigeração a ar, e desenvolvendo apenas 5,5hp a 3000RPM era mais apropriado a aplicações estacionárias e eventualmente podia até servir a um microtrator, e se por um lado não seria prático para uso automotivo (nem mesmo num Fusca ou num Citroën 2CV) por outro serviria como prova-de-conceito da viabilidade técnica do uso de válvulas laterais num motor Diesel. Cabe destacar que atualmente se observa uma crescente evolução nos sistemas de gerenciamento e injeção eletrônica para motores Diesel, que passam a poder operar com taxas de compressão mais baixas, e há ainda o uso do infame EGR que usa uma parte dos gases de escape para restringir o fluxo de admissão, ambas as medidas com o intuito de controlar as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), então de certo modo pode-se dizer que as principais restrições ao uso de válvulas laterais em motores Diesel estão sendo derrubadas.

Mesmo que o mercado automobilístico não venha a se mostrar tão receptivo a uma reintrodução de motores de válvulas laterais, as vantagens no tocante ao peso e volume físico em comparação a motores com válvulas no cabeçote podem até ter algum apelo em aplicações náuticas comerciais (em embarcações de pesca artesanal, por exemplo) e agrícolas, além da menor quantidade de partes móveis ser particularmente atrativa por ter menos pontos propensos a falhas ao operar em condições ambientais mais severas.

6 comentários:

  1. Ué cadê o vídeo?

    heheh boa tarde, bom feriado!

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    1. Já corrigi. Não sei qual foi o erro que o vídeo não foi junto da 1ª vez.

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  2. Nunca imaginei que pudesse ter motor a diesel flathead por causa da pouca compressão, mas já ouvi falar de motores com cabeçote em F a diesel. Tinha uma versão do motor Hurricane do jipe Willis que foi passada para diesel pela Mitsubishi no Japão.

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  3. Ficaria mais fácil até para cuidar do motor do barco no ranchinho de pesca mesmo.

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  4. O único flathead que eu conhecia era o V8 da Ford. Será que tem como montar um flathead a diesel que sirva para botar num carro?

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    1. Até pode ser possível, mas o motor teria de ser muito subquadrado (com diâmetro dos pistões menor que o curso) para ter uma boa taxa de compressão.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html