Nem considerando o fato do Toyota Corolla Cross ser oferecido fora dos Estados Unidos somente com tração simples evidenciar uma mudança de perfil no público predominante dos SUVs, mesmo quando opções para oferecer tração 4X4 sem abrir mão do sistema híbrido no qual a fabricante de origem japonesa tem insistido em apostar tanto em mercados desenvolvidos como uma abordagem de oposição ao Diesel quanto no Brasil onde já incorpora a capacidade de operar tanto com a gasolina quanto com etanol, chama a atenção o fato de ter um tanque de combustível com capacidade menor para facilitar a acomodação da bateria tracionária nas versões híbridas. Tal medida já acaba constituindo um contraponto razoável à caça às bruxas que se faz com relação aos motores turbodiesel modernos, em função não só do custo associado a dispositivos de controle de emissões cada vez mais complexos mas também do espaço que exigem para a instalação. É impossível deixar de fazer uma comparação com o sistema SCR que depende de um reservatório para o fluido-padrão AdBlue, ou ARLA-32 como é mais conhecido no Brasil e já usado em maior escala em caminhões e ônibus, lembrando ainda que não deixa de ser mais fácil moldar tanques em polietileno em formatos mais convenientes para instalação em alguns espaços tão exíguos onde não é possível instalar uma bateria tracionária compatível com as necessidades de híbridos com o sistema HSD da Toyota, e portanto o Corolla Cross ter o tanque de combustível para 36 litros em versões híbridas contra 47 litros nas não-híbridas torna injustificável insistir em automóveis híbridos como mero pretexto para invalidar propostas de liberação do Diesel em veículos leves no Brasil.
Por mais que algumas opções como o híbrido flex a gasolina e etanol ou até conversões para gás natural possam ser justificados em diferentes condições, tanto estritamente operacionais quanto políticas como a isenção do rodízio para híbridos em São Paulo ou o desconto no IPVA para veículos convertidos a gás natural no Rio de Janeiro, nem sempre tais abordagens são feitas de uma forma mais conveniente para o usuário final. O exemplo do gás natural mesmo, que no caso do Corolla Cross eventualmente seria mais fácil de adaptar no híbrido por ainda ter somente a injeção sequencial nos pórticos de válvula enquanto o não-híbrido incorpora paralelamente a injeção direta, a instalação dos cilindros de armazenamento do gás frequentemente tomando algum espaço no compartimento de bagagens, mas não sacrifica o volume do tanque de combustível original. Enfim, além de salientar como tornou-se obsoleta aquela definição arbitrária de "utilitário" ainda usada para fins de homologação no Brasil, o Toyota Corolla Cross acaba por oferecer uma perspectiva que pode contrariar a apresentação dos híbridos como "anti-Diesel".
No caso dessa diminuição do tamanho do tanque de combustível, o que mata é a vantagem do híbrido na economia ser mais destacado só na cidade. Na estrada já fica um problema ter que parar mais vezes para abastecer, além do mais para quem é de São Paulo e bem acostumado a andar no álcool.
ResponderExcluirE ainda mais inadequado no Brasil diminuir o tamanho do tanque.
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