quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

5 motores que poderiam ter dado mais certo no Invel Microbus

Um modelo bastante peculiar que pode de certa forma ser considerado uma dentre tantas tentativas para preencher lacunas específicas enquanto as importações de veículos estiveram proibidas de '76 a '90 com pouquíssimas exceções, o Invel Microbus foi basicamente uma Kombi anabolizada e de aparência mais próxima aos furgões tipo "walk-thru" ou "step-van" estereotipicamente americanos que tanto figuravam em filmes da Sessão da Tarde. Chegou a usar entre '78 e '81 o mesmo motor boxer 1600 da Volkswagen que à altura já equipava a Kombi, posteriormente substituído por motores de refrigeração líquida usados no Passat incluindo o 1.6 Diesel que na linha de automóveis estava destinado à exportação e a princípio era a opção mais óbvia para quem precisasse de um motor Diesel para veículos leves no Brasil à época. Por não ter sido exatamente um modelo tão leve que o motor Volkswagen pudesse ter atendido melhor, é o caso de destacar ao menos 5 motores que poderiam ter dado mais certo no Invel Microbus:

1 - Isuzu 4FB1/4FC1: essa linha de motores entre 1.8L e 2.0L que chegou a ser usado em modelos da Chevrolet, inclusive em versões fabricadas no Brasil para exportação, até guardava alguma semelhança com o motor Volkswagen que originalmente equipava o Invel. A princípio seria preferível recorrer a um motor mais rústico e de acordo com o habitual entre utilitários à época, e a própria Isuzu dispunha de alguns motores até com comando de válvulas no bloco e sincronização direta por engrenagens, mas o 4FB1 e o 4FC1 seriam eventualmente até mais fáceis de implementar uma produção no Brasil junto à General Motors com quem a própria Isuzu ainda coopera no setor de caminhões em alguns países;

2 - Perkins 4-108: lembrando que a própria Perkins chegou a instalar um exemplar desse motor de 1.8L numa Kombi para demonstrações na Europa, e essa iniciativa acabou se mostrando providencial para que conseguisse fornecer motores em outras faixas de cilindrada para alguns caminhões Volkswagen brasileiros e até alguns modelos europeus, o simples fato desse motor ter sido "esquecido" quando a Perkins era o principal fornecedor independente de motores Diesel veiculares já é algo a se lamentar. A simplicidade desse motor o teria tornado uma opção satisfatória para uso em alguns exemplares do Invel Microbus configurados como motorhome, tendo em vista haver uma quantidade até menor de itens susceptíveis a falhas devido à sincronização do comando de válvulas e da bomba injetora por engrenagens, em que pese o desempenho modesto ainda impor um ritmo lento às viagens;

3 - Toyota 2C/3C: assim como outros motores Toyota chegaram a ser populares para adaptações na linha Volkswagen em países como a África do Sul, embora por lá o maior interesse fosse em motores a gasolina, o 2C de 2.0L e o 3C de 2.2L atenderiam mais satisfatoriamente ao Invel Microbus;

4 - VM HR 492 OHV: esse motor de 2.4L com 4 cilindros e injeção indireta chegou a ser cogitado para produção sob licença no Brasil para equipar pick-ups Ford F-1000 em versões turbo ainda na década de '80 em antecipação ao que viria a se tornar o fenômeno do downsizing, mas a idéia não deu certo. Esse mesmo motor chegou a ser produzido na Argentina, onde foi oferecido principalmente para o mercado de reposição quando tornou-se difícil obter peças de reposição para alguns veículos importados entre '79 e '82 devido à eclosão da Guerra das Malvinas. Uma versão naturalmente aspirada chegou a ser oferecida brevemente no Ford Falcon argentino, mas foi um voo de galinha;

5 - Indenor XD88: esse motor de 2.0L fez muito sucesso na Argentina onde equipava principalmente alguns modelos Peugeot, mas também serviu a outros fabricantes e pode ser creditado entre os motores que tornaram o Diesel tão apreciado naquele país. Trata-se de um motor bastante rústico e durável até em condições relativamente extremas, contrariando alguns estereótipos que se firmaram com relação aos carros franceses no Brasil.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

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