Embora colecionadores que prezem pela originalidade dispensem os argumentos da turma dos hot-rods para adaptar uma "boxed frame" com as longarinas de seção quadrada, ou muito menos soldar "boxing plates" para fechar as originais, convém observar que o chassi é sujeito a forças de tração, compressão, flexão, torção e cisalhamento. A forma como tais forças são aplicadas ao chassi, distribuídas ou mesmo anuladas varia muito, mas uma eventual confusão entre torção e flexão é constantemente tratada como a maior razão para o chassi de seção aberta de uma Ford F-100 da década de '60 seja considerado pior em comparação a modelos modernos, embora também seja justo destacar vantagens como a facilidade para alguns reparos e prevenir ou tratar a corrosão. Naturalmente houve uma notável evolução nos processos de tratamento anticorrosivo originais de fábrica, mas o uso severo e uma eventual exposição a diversos materiais contaminantes na lida campeira ou em canteiros de obra nas mãos dos usuários profissionais podem ser implacáveis.
Um caso curioso é o da Toyota, que costuma enfatizar os chassis com longarinas de seção quadrada dos utilitários como uma vantagem para condições de uso severas, e fizeram a Hilux quadrada ter uma fama de durabilidade e resistência a toda prova, embora tenha sido exatamente essa configuração de chassi o calcanhar de Aquiles do modelo nos Estados Unidos e levado a um grande distanciamento técnico entre a Hilux e a Toyota Tacoma desenvolvida especificamente para lá, bem como o Canadá e o México. Vale destacar que o uso de sal para derreter neve em ruas e estradas nos Estados Unidos favorece a corrosão, sendo mais fácil lavar para descontaminar um veículo com o chassi de seção aberta e, apesar da Tacoma ter seção quadrada das longarinas na área do compartimento do motor, passam a ser abertas na cabine e carroceria. Outro ponto a destacar é que a maior flexibilidade das seções abertas costumava ser tratada como uma vantagem no tocante ao conforto, complementando a ação da suspensão e absorvendo mais as irregularidades da superfície tanto de trechos pavimentados quanto sem pavimentação.
Um chassi de seção aberta tende a ser mais pesado que um "fully-boxed" em proporção a uma rigidez torcional idêntica ou bastante parelha entre veículos de uma mesma categoria, mas eliminar totalmente a torção fica difícil até considerando o uso de aços especiais na fabricação das longarinas, e em algum momento um impacto extremamente forte poderia ocasionar um amolgamento mais difícil de reparar e eventualmente até formar uma trinca que progrida rapidamente até tornar-se um ponto de cisalhamento levando à ruptura do chassi com condições potencialmente desastrosas. Numa situação semelhante, em que pese um chassi de seção aberta também poder sofrer danos que requeiram um reparo complexo, já é mais fácil e menos oneroso solucionar o problema, sem no entanto ignorar que a flexibilidade inerente ao projeto do chassi acaba proporcionando uma certa margem de segurança para trafegar em condições de terreno mais severas. Portanto, a forma que esforço de flexão ao qual uma longarina é inicialmente submetida e parcialmente convertido em torção quando uma ou mais travessas acabam transmitindo à outra longarina pode ser na prática um mal menor, tendo em vista a distribuição dessas forças com uma intensidade menor a diferentes pontos do chassi e facilitando a dissipação das mesmas tão logo cesse a perturbação que as tenha imposto.
Uma consideração frequentemente levantada ao se falar de adaptações de motores Diesel é quanto a um chassi com longarinas de seção quadrada suportar melhor os esforços adicionais, sendo portanto o caso de destacar tanto as versões brasileiras e argentinas das caminhonetes full-size Chevrolet Silverado que na geração GMT400 usaram longarinas de pefil aberto enquanto as similares americanas tinham a seção frontal do chassi "boxed", e nada impediu o uso do motor Maxion S4 com 4 cilindros e 4.1L aspirado e o MWM Sprint 6.07T de 6 cilindros em linha com turbo. Outro caso interessante foi o repotenciamento das caminhonetes Dodge Power Wagon pelo Exército Brasileiro, com o motor Perkins 4-236 Q20B de 3.9L e 4 cilindros substituindo o motor Chrysler Flathead Six a gasolina que é incomparavelmente mais suave. Lembrar que os Aliados venceram a II Guerra Mundial, contando com viaturas e equipamentos de concepção tradicional americana, ainda é um argumento justo pelas longarinas de seção aberta...
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html