Lembrando que no Brasil os veículos com acomodação para 9 ou mais passageiros além do motorista são documentados como microônibus sem distinção quanto ao tipo de carroceria, e até vans chegaram ao país com a opção por motor Diesel nas versões de passageiros com a capacidade de carga nominal inferior ao mínimo de uma tonelada exigido das versões de carga considerando os modelos com tração simples, o exemplo da versão conhecida como "10-cheater" nas Filipinas em alusão à classificação por capacidade de passageiros e tração para uma menor incidência de impostos em modelos homologados como "10-seater" é digna de nota. Embora a princípio pudesse haver uma maior resistência por parte do público da Honda no mercado brasileiro, e a exigência de CNH categoria D para conduzir (ao menos legalmente) veículos com 10 ou mais assentos eventualmente desencorajasse uma maior procura pela configuração caso fosse oferecida para tentar escapar às restrições ao uso de motores Diesel em veículos leves de tração simples e capacidade de carga inferior a uma tonelada no Brasil, é inegável a criatividade que a filial filipina da Honda teve enquanto produziu o CR-V em Santa Rosa, província de Laguna, na única geração do modelo que chegou a ser produzida lá exatamente em função da percebida facilidade de enquadrá-lo na normativa que regulamentou os AUVs (Asian Utility Vehicles) com uma concepção mais austera e destinados essencialmente a utilizações comerciais. Tal configuração só foi oferecida com a configuração de tração dianteira, tendo em vista que veículos de tração 4X4 recolhiam mais imposto nas Filipinas, e portanto há de se considerar que ainda poderia ser tentado o mesmo artifício no Brasil em caso de impossibilidade de classificar a primeira marcha no câmbio manual como sendo análoga a uma reduzida em modelos 4X4.
Embora tenha sido oferecido nas Filipinas exclusivamente com motor a gasolina, tal qual aconteceu no Brasil, o Honda CR-V de 2ª geração não deixa de chamar a atenção por conta da exploração de brechas em um regulamento que de um jeito ou de outro poderia ter alguma serventia em países tão distantes e a princípio mais parecidos do que se podia supor em alguns aspectos. Ambos são os países mais católicos das respectivas regiões, têm tradições culinárias bastante diversificadas, e em algum momento tiveram o mercado automobilístico afetado por alguma burocracia estúpida que mais atrapalhou que ajudou, e apesar das motivações serem distintas uma mesma solução surgida nas Filipinas ainda poderia ter caído como uma luva ao menos para uma parte do público que já se interessava por SUVs no Brasil à época. E assim como outros utilitários japoneses e coreanos recorriam ao mesmo expediente para poder dispor de motores Diesel no mercado brasileiro, tendo atraído até uma parte do público mais voltada a um uso particular/recreativo, até fazia sentido...
Não era desse modelo, mas eu já vi outros jipes documentados como microônibus por terem 10 lugares.
ResponderExcluirSó vi isso acontecer com Mitsubishi Pajero Full anterior ao ano 2000 e com Land Rover Defender.
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