sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Observações sobre o footprint em diferentes gerações de utilitários

OK, pode parecer absurdo tomar como parâmetros de comparação um Toyota Bandeirante e um Corolla Cross, mas o sucesso de ambos nas respectivas épocas de produção parece justificar observações quanto ao espaço que ocupem sobre o leito carroçável das vias com base no comprimento e na largura. Apesar de terem também vocações claramente distintas, com o Bandeirante como uma versão regionalizada do Land Cruiser J40 ainda reconhecido pela capacidade de incursão off-road enquanto o Corolla Cross tem um perfil claramente mais urbano, fatores tão diversos quanto regulamentações de segurança e proteção em impactos ou alguma norma de emissões que acabe favorecendo veículos com comprimento e largura maiores acabam contrastando com o maior volume de veículos no tráfego e eventualmente o porte mais compacto de um modelo antigo chegue a ser até mais coerente às necessidades de uma parte do público na atualidade. Naturalmente uma parte cada vez maior do público generalista está tão acostumada com algumas modernidades no âmbito da segurança e principalmente do conforto que a princípio rejeitaria a configuração mais bruta de um Bandeirante, enquanto para outros a configuração híbrida disponível no Corolla Cross pode ser favorecida ao proporcionar uma isenção do rodízio em São Paulo por exemplo.

Possivelmente regulamentações de segurança sejam um empecilho mais crítico para disponibilizar um veículo de projeto mais moderno com capacidades de incursão off-road comparáveis à do Bandeirante e dimensões externas mais próximas da versão curta de capota fechada que é a que ainda se vê com maior frequência em grandes centros urbanos, eventualmente até mais que a necessidade de acomodar o filtro de material particulado ou um tanque do fluido-padrão AdBlue/ARLA-32/ARNOx-32 à medida que o sistema SCR vem sendo cada vez mais indispensável para cumprir as normas de emissões mais rígidas, ou sistemas híbridos sendo implementados com frequência em veículos leves e apresentados como uma oposição ao Diesel, e até um footprint eventualmente exagerado em proporção às capacidades de carga e passageiros favoreça a acomodação de sistemas mais complexos. A altura externa do Bandeirante ser maior que a do Corolla Cross acaba sendo menos relevante nesse aspecto, embora já possa levar a crer que imponha menos desafios à acomodação de dispositivos de controle de emissões especialmente se for conciliada ao downsizing dos motores, mesmo sem precisar "espalhar" mais no comprimento ou na largura. E até no Corolla Cross, que no Brasil tanto nas versões convencionais quanto híbridas é só flex incorporando a aptidão ao uso do álcool/etanol além da gasolina, e no exterior oferecido principalmente em versões a gasolina ou híbridas sem qualquer opção Diesel, vale observar que em algumas regiões o uso mais frequente da injeção direta junto à ignição por faísca também acarreta numa necessidade de usar filtro de material particulado e ainda tende a dificultar uma eventual conversão para gás natural. E mesmo que as versões híbridas no Brasil ainda tenham a injeção sequencial nos pórticos de válvula de admissão, que requer o uso de pré-aquecimento do combustível nas partidas a frio com álcool mesmo dispensando o filtro de material particulado, o sistema híbrido está longe de ser tão simples ou mais fácil de acomodar numa mesma plataforma que o conjunto de dispositivos de controle de emissões usados nas gerações mais modernas de motores Diesel.

É natural que um modelo de dimensões menores dificulte uma abordagem mais voltada a melhorias na aerodinâmica, que se revela especialmente mais benéfica em um uso rodoviário em velocidades médias mais elevadas tanto em comparação ao off-road pesado quanto ao trânsito urbano, ou até a prevalência da configuração de motor transversal em veículos com dimensões consideradas compactas de acordo com padrões atuais também influenciando a eficiência geral e o aproveitamento de espaço. Mas até que ponto o antigo fica efetivamente incompatível a melhorias, tanto no tocante à praticidade para um uso cotidiano quanto para favorecer uma redução do consumo de combustível e das emissões em diferentes condições operacionais, torna-se questionável diante de como o crescimento em comprimento e largura dos veículos tem sido mais ditado por burocracias que correspondendo necessariamente a mudanças na preferência do público generalista. Enfim, deixando de lado a possibilidade de um eventual retrofit com um conjunto motriz de concepção mais moderna e acessórios mais voltados ao conforto em um modelo antigo como o Toyota Bandeirante para ficar tão suave a ponto de atender a quem prefira um Corolla Cross, um footprint menor pode surpreender a ponto de favorecer o que alguns consideram "obsoleto".

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html