Vale considerar o viés até certo ponto imediatista que marcou uma introdução mais massiva dos motores Diesel na frota brasileira de veículos em resposta aos primeiros efeitos das crises do petróleo na década de '70, e apesar de mais centrada em utilitários ainda foi até certo ponto análoga ao que se fez em alguns países da Europa Ocidental como a Espanha já durante o regime franquista. E ao menos uma geração do Dodge Dart cuja linhagem pode ser considerada parte da árvore genealógica do Chrysler 300C chegou a contar com a opção por um austero motor, com "só" 4 cilindros e 2.0L ainda com aspiração atmosférica conforme o usual à época, em opção ao Slant Six de 3.7L a gasolina em versões de fabricação espanhola a cargo da antiga Barreiros Diesel. Um aspecto mais utilitário que ditava a dieselização ter se mostrado mais favorável a tal abordagem faria sentido até hoje, lembrando como até utilitários com projetos mais influenciados pelas necessidades de mercados europeus e asiáticos recebem motores turbodiesel que 20 anos atrás seriam vistos com desconfiança ou virariam motivo de piada, mas um segmento tratado como mais "nobre" pode requerer e até amortizar mais facilmente o investimento em opções mais sofisticadas, apesar de fabricantes europeus como a Mercedes-Benz terem conseguido bons resultados com motores entre 4 e 5 cilindros também em veículos de luxo.
A própria Chrysler já chegou a oferecer em modelos de outras categorias, também das marcas Dodge e Jeep, a opção por motores da mesma VM Motori com apenas 4 cilindros e 2.8L como alternativa mais econômica ao Pentastar ou a outros V6 a gasolina que o antecederam, circunstância na qual até a própria configuração com menos cilindros já possa ser interpretada como um indicativo de tal proposta racional. Talvez a última coisa que se pensava ao adquirir um veículo declaradamente luxuoso para os padrões da maioria dos mercados mundiais, como no caso do Chrysler 300C, fosse algum indicativo de austeridade no tocante à motorização, de modo que um belo V6 como o Pentastar ou o VM Motori ainda parecesse "aristicrático" em contraponto aos 4 cilindros dos "plebeus" antes da proliferação dos motores de 3 cilindros em meio à onda do downsizing tomou de assalto até o Brasil. Enfim, 6 cilindros parecem ser o mínimo para um motor ser "prestigioso", tanto na ignição por faísca quanto nos turbodiesel.
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html