domingo, 12 de fevereiro de 2012

Custo de manutenção: as vantagens para os motores Diesel aparecem na ponta do lápis

Com um maior custo inicial de aquisição e peças de reposição normalmente mais caras, os motores Diesel são ainda temidos por alguns consumidores nas aplicações leves, mas na prática apresentam vantagens mesmo quando o gasto com os serviços de manutenção são levados à ponta do lápis.

Com incontestáveis vantagens para a rentabilidade em aplicações comerciais, sobretudo pesadas ou de longas distâncias como em caminhões, devido à relação peso/torque e ao melhor aproveitamento da extensão da plataforma de carga, os motores Diesel proporcionam ainda uma redução considerável no custo de manutenção ao longo da vida operacional do veículo.

 Merece destaque, por exemplo, o caso de utilitários como as caminhonetes full-size da Ford: para o mercado americano são regularmente oferecidas com enormes motores V8 e V10 a gasolina, com potências ao redor de 300hp para os V8 de 5.4L e torque na faixa dos 45 aos 50kgfm. Já no mercado brasileiro acabaram tendo a oferta mais restrita a alguns turbodiesel de 4 cilindros e 3.9L fornecidos pela Cummins, os famosos 4BT e ISBe3.9, nas faixas de potência de 120cv a 203cv e torque entre 42kgfm até 56kgfm que já chega perto dos 63kgfm do pesado e beberrão 6.8L V10 nas versões de 3 válvulas por cilindro. No entanto, a distribuição do torque mais abundante a baixas rotações no ciclo Diesel, bem como a limitação eletrônica da velocidade a 160km/h nesse tipo de veículo por motivos de segurança, já compõem um cenário favorável ao Diesel. Mesmo sem dispor dos monstruosos motores Powerstroke V8 turbodiesel oferecidos ao consumidor americano, o mercado brasileiro não deixa de ter uma opção mais adequada a utilitários por não apresentar algumas desvantagens das quais os motores de ignição por faísca não conseguem se desfazer...
Considerando a manutenção, a menor quantidade de peças móveis agiliza os serviços e, por mais que o custo de alguns componentes seja sensivelmente mais caro, por estarem numa quantidade menor levam a um valor mais baixo para procedimentos mais complexos como uma retífica, além dos intervalos serem mais longos mesmo entre procedimentos mais simples como trocas de óleo e filtros. Outra vantagem para o Diesel é a ausência de um sistema de ignição elétrico, com toda a complexidade agregada por elementos como platinado, condensador e distribuidor presentes em sistemas mais arcaicos ou mesmo com bobina de força, bobina de pulso (presente nos atuais sistemas de ignição estática), velas e os cabos de vela.

Mesmo que em veículos leves a popularidade dos motores de 4 cilindros tanto nos motores de ciclo Otto quanto nos Diesel acabe pesando mais na composição do custo de aquisição e a relação peso/potência ser menos favorável, a maior eficiência energética permanece presente, bem como a robustez e simplicidade mecânica proporcionando uma vida útil mais longa entre retíficas, intervalos mais espaçados entre serviços como trocas de óleo e revisões programadas. E ainda, o torque mais farto e melhor distribuído desde rotações mais baixas acaba por demandar menos trocas de marchas num veículo com câmbio manual, gerando um menor desgaste tanto na embreagem quanto no câmbio, principalmente ao considerar a atual hegemonia dos câmbios sincronizados, que além de não serem tão seguros para trocar as marchas "no tempo" sem usar a embreagem ainda sofrem mais desgaste devido à presença dos sincronizadores.

Em modelos equipados com câmbio automático, por não "caçar marchas" com tanta intensidade, a vida útil do ATF (fluido de transmissão automática), do conversor de torque e do próprio câmbio acabam prolongadas por conta de uma redução nos riscos de superaquecimento.

E atualmente com os sistemas de injeção mecânica ficando cada vez mais restritos devido a aplicações estacionárias/industriais, agrícolas e náuticas, e a injeção eletrônica conquistando espaço até nos motores Diesel, mecânicos que não tenham tanta experiência com as vetustas bombas injetoras mecânicas (que exigem uma regulagem com alto nível de precisão feita por profissionais mais especializados para garantir máxima eficiência e uma menor emissão de material particulado - a infame "fumaça preta") mas estejam familiarizados com a injeção eletrônica já consolidada no ciclo Otto conseguem executar os serviços de manutenção preventiva sem maiores dificuldades, além de proporcionar ajustes dos parâmetros de injeção em tempo real para uma maior economia de combustível e redução da poluição do ar.

Logo, por mais que alguns consumidores permaneçam avessos ao Diesel motivados pelos mais diversos preconceitos, as vantagens aparecem na ponta do lápis...

3 comentários:

  1. Ya lo he reemplazado a unos motores Ford V8 en unas camionetas F-150, F-350, E-150, E-350 y E-450 por Isuzu 4 cilindros. A las F-150 y E-150 el 4JB1 de 2.8ltrs ya es suficiente pero a quien necesita más fuerza el 4HF1 de 4.3ltrs queda como un guante.

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  2. Bom dia. Gostaria de saber com que kilometragem media é preciso fazer a troca de aneis e bronzinamento das camionetes diesel.

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    1. Para isso não existe uma regra geral, e vai depender das especificações do motor. Mas alguns passam de 1 milhão de quilômetros sem abrir o motor, e isso influi também a condição de uso.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html