sábado, 13 de julho de 2013

Remoção da válvula PCV: gambiarra que não se mostra tão justificável

Um dos primeiros dispositivos de controle de emissões a se popularizar no mercado automotivo mundial foi a ventilação positiva do cárter, também conhecida como PCV, do inglês positive crankcase ventilation. Redirecionando vapores oleosos provenientes do cárter para a admissão, levando-os a fazer parte do processo de combustão, proporciona uma diminuição na quantidade de hidrocarbonetos lançados à atmosfera ainda crus. Anteriormente os vapores do cárter eram eliminados diretamente por respiros, ou "suspiros", situados no cabeçote, no máximo com algum filtro para evitar que o compartimento do motor ficasse muito encharcado no caso de alguns vapores acabarem se condensando.

Se inicialmente apenas uma mangueira indo do respiro ao coletor de admissão já podia cumprir a função, posteriormente passou a haver uma maior preocupação com o acúmulo de óleo queimado em sedes de válvula ou a possibilidade de dispositivos como o turbocompressor sofrerem algum dano, levando à necessidade por uma filtragem mais apurada, normalmente por meio da válvula antichama, popularmente conhecida como blow-by, que retém uma quantidade maior da oleosidade dos vapores do cárter. Hoje, outra fonte de preocupação, sobretudo no caso dos motores do ciclo Diesel, é o aglutinamento de fuligem proveniente do EGR, levando a incrustações no coletor de admissão.

Para alguns usuários, parece tentador simplesmente eliminar a válvula PCV e deixar os respiros abertos só com um filtrinho meia-boca, mas não é a melhor solução. Além de ser um dos dispositivos cuja ausência pode fazer com que o veículo seja reprovado em uma inspeção ambiental nos locais onde tal procedimento já é exigido para o licenciamento, a remoção não proporciona melhora no desempenho nem redução do consumo de combustível que a justifiquem. Vale também lembrar que em alguns veículos a posição da tomada de ar da admissão é mais elevada que a de onde seria montado um respiro, o que acabaria comprometendo a capacidade de transposição em trechos alagados.

6 comentários:

  1. Tenho uma ranger 99 e o suspiro do carter ficou aberto, só botei um filtro e não tive problema. Até pensei em passar uma mangueira desde o suspiro até depois da caixa do filtro de ar só para dizer que tem tudo funcionando certinho, mas só volto a pensar nisso se der mesmo algum rolo no detran, não faço trilha então a priori não tem perigo de entrar água pelo suspiro.

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    1. No caso da PCV é melhor ter qualquer coisa funcionando do que não ter nada, e uma blow-by não é assim tão absurdamente cara nem difícil de instalar.

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  2. Na mesma época que o meu irmão fez o bloqueio do EGR da caminhonete, ele e um amigo passaram um almoço de domingo inteiro falando em abrir os suspiros. Pelo menos isso eles desistiram de fazer.

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    1. É o tipo de coisa que não traria nenhum benefício, nem vale o esforço. A não ser que a blow-by estivesse muito obstruída e fizessem isso apenas provisoriamente.

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  3. Trabalho numa oficina e já desconectei a PCV nuns ônibus novos da Volkswagen para não dar problema com o EGR.

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  4. Tenho uma Mitsubishi L200 e não deixo funcionando a PCV, só uso filtro no suspiro e fica por isso mesmo, nunca me incomodei nem tive óleo pulando por fora do cabeçote.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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