Um segmento do mercado brasileiro no qual as restrições ao Diesel são sentidas com mais intensidade é o dos táxis. Com uma quilometragem média maior, acabaria tendo condições de
amortizar mais rapidamente o investimento inicial, além das incontestáveis vantagens operacionais.
Uma das vantagens mais notáveis do Diesel, bastante apreciada no exterior, é a
manutenção: componentes mais reforçados para suportar as pressões internas mais elevadas dos motores, além dos regimes de rotação mais lentos, tendem a concorrer para uma maior durabilidade, e procedimentos como uma retífica total ou mesmo uma "meia-sola" passam a ser menos frequentes, além dos intervalos mais amplos entre procedimentos de manutenção preventiva. A ausência de um sistema de
ignição por faísca também acaba por dispensar a substituição de elementos como velas, bobinas e cabos de vela, vantagens nítidas tanto num Fiat Siena com motor 1.7L de bomba mecânica e injeção indireta quanto num Hyundai Accent CRDi.
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Hyundai Accent CRDi: teve muito sucesso como táxi no Uruguai e nas Filipinas, favorecido principalmente pela economia proporcionada pelo motor turbodiesel com injeção common-rail |
Numa cidade como Porto Alegre, com diferentes condições de topografia e pavimentação, as curvas de torque de um motor Diesel proporcionam respostas mais adequadas nas principais situações enfrentadas no tráfego urbano, além de exigir menos reduções de marcha, gerando um menor desgaste do conjunto de embreagem e poupando algumas horas que o veículo acabaria fora de serviço para a substituição da embreagem.
Outro aspecto a ser destacado foi a evolução dos motores Diesel, da qual os consumidores brasileiros estiveram alijados, inclusive os taxistas: se alguns modelos como a Volkswagen Parati contavam em mercados do exterior com motores mais rústicos como o 1.9SDI de aspiração natural e injeção mecânica, outros como a Chevrolet Meriva dispunham de unidades mais modernas como o Isuzu 4EE2-TC com turbo e intercooler, que com o moderno gerenciamento eletrônico reduzia significativamente os níveis de ruído, vibrações e aspereza (NVH). Algumas versões ainda contavam com turbocompressor de geometria variável, que "enchia" mais rápido e ainda proporcionava uma
potência de frenagem mais consistente, eliminando qualquer desvantagem em comparação com os motores usados no mercado brasileiro...
Também é conveniente recordar que o uso do
gás natural é uma prática bastante usual entre os taxistas, que normalmente precisam recorrer a adaptações que anulam a garantia de fábrica. Os únicos modelos que saem de fábrica aptos a operar com o gás são o Fiat Siena TetraFuel e o Fiat GrandSiena TetraFuel, que ainda contam com alterações nos freios e suspensão traseiros para suportar o peso adicional dos cilindros do gás.
Num serviço que está disponível dia e noite, também é conveniente recordar da maior autonomia proporcionada ao veículo com motor Diesel, necessitando de menos paradas para reabastecimento, além da maior adaptabilidade ao uso de combustíveis mais "exóticos" sem maiores alterações no desempenho, como o biodiesel ou até
óleos vegetais puros em caso de extrema necessidade. Retomando o ponto sobre o uso de gás natural, vale destacar que o abastecimento com esse combustível é mais demorado, além de requerer cuidados adicionais pouco comuns ao abastecer com os combustíveis líquidos mais tradicionais como a gasolina, o óleo diesel e o etanol, que no mercado brasileiro já deixou de ser
coisa de hippie "alternativo" a muito tempo para ganhar destaque na matriz energética do transporte...
A curva de torque nos motores usados nos táxis brasileiros também se mostra menos adequada para modelos como o Fiat Doblò Adventure e a Chevrolet Spin, cujos congêneres europeus tem no Diesel o maior market-share, justamente em função das
melhores respostas ao acelerador.
No caso da Spin, vale lembrar que as versões a serem fabricadas na Indonésia para atender ao sudeste asiático disporão de um motor 1.3L turbodiesel que apesar dos modestos
porém efetivos 75cv entrega o pico de quase 20m.kgf de torque às 1750RPM, já usado em versões do Chevrolet Cobalt brasileiro destinadas à exportação, enquanto aqui só os 1.4L e 1.8L bicombustível são liberadas...
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Toyota Corolla táxi em Rivera, cidade uruguaia que faz fronteira com Santana do Livramento-RS |
Isso faz bem mais sentido do que querer obrigar os taxistas a comprar carro híbrido de luxo para impressionar europeu maconheiro e manter a população daqui alienada. A Ford chegou a tentar mexer os pauzinhos para fazer pressão e botar Fusion híbrido de táxi em Salvador mas não colou, e primeiramente se tivessem mesmo tanta preocupação com táxi híbrido teriam um pouco mais de sensibilidade e respeito pelas nossas condições econômicas botando híbrido num carro mais acessível para trabalhar que no caso é o Fiesta e o Focus. Mas se pudesse botar na praça um Ecosport a diesel como os que vão para a Argentina seria muito melhor mesmo.
ResponderExcluirÉ verdade. Essa palhaçada de ficar tentando enganar o povo com esses papos furados de flex, híbridos com motor gasolina/elétricos, e fora essas conversas fiadas de poluição ao meio ambiente... Isso tem que acabar!!!! O Brasil é o único país no mundo que proíbe carro a diesel. Acorda Brasil!!!!! O Brasil não é o único país do mundo que se preocupa com meio ambiente e sim o único país do mundo que já não tem mais argumento para manter a proibição, mas a sustenta simplesmente porque liberar o uso significa vantagem para o consumidor. Depois querem falar em Brasil para os brasileiros.... www.carroadiesel.blog.br
ResponderExcluirNo fim das contas, acaba sendo Brasil para ladrões apátridas. Quanto a ser o único país do mundo a ter uma proibição expressa ao Diesel em veículos leves, infelizmente já não é mais o único. Recentemente o Uruguai aderiu a tal medida insensata, proibindo o licenciamento de veículos leves 0km movidos a óleo diesel.
ExcluirOuvi hoje que foi liberado taxí a diesel na Bahia.
ResponderExcluirDesconheço a procedência dessa informação e desconfio que possa estar havendo algum equívoco.
ExcluirJá cheguei a andar de táxi a diesel no Chile a uns anos atrás.
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