segunda-feira, 3 de março de 2014

Muito além do "Eurotrash"

Não é muito difícil se deparar com manifestações de um bairrismo que beira a irracionalidade em discussões acerca da superioridade de características predominantes em veículos de concepção mais americana ou européia. Enquanto o americano priorizou a ignição por faísca e uma maior quantidade de cilindros, além da opulência das barcas mais adequadas às highways com suas longas retas, o europeu tirava leite de pedra ao tentar aprimorar o handling em trechos mais travados tanto nos centros históricos com estreitas vielas quanto nas sinuosas estradas de montanha. Em função do custo dos combustíveis e eventuais cenários operacionais mais severos, o Diesel consolidou-se com mais força na Europa do pós-guerra.

O choque das crises do petróleo durante a década de 70 favoreceram a hegemonia dos fabricantes europeus na seara dos motores Diesel leves. Poucos lembram, mas enquanto a General Motors passou algum sufoco com os motores Oldsmobile Diesel introduzidos um tanto às pressas, a Ford recorreu à BMW para o fornecimento do motor de 6 cilindros em linha e 2.4L usados na Série 5 até a 1a metade da década de 90, e que na terra do Tio Sam foi oferecido como alternativa ao conhecido V8 Windsor de 302 polegadas cúbicas (cerca de 5.0L) que equipou, entre outros, o icônico Lincoln Town Car durante a década de 80. Hoje a Ford usa motores de origem Peugeot em quase todos os modelos disponíveis com alguma opção de motor Diesel, caso do motor de 4 cilindros e 2.2L usado nas versões básicas da Ranger, e um motor Renault de 1.5L que equipa o EcoSport de especificação argentina.

No caso da GM, vale lembrar que a proximidade com a Fiat possibilitou um acesso a motores mais modernos que os rústicos Isuzu anteriormente prevalentes nos modelos destinados aos mercados europeu, sul-americano e africano, e a participação acionária na VM Motori deu um impulso que faltava para enfrentar também a concorrência coreana que vem ajudando a renovar a imagem do Diesel em mercados como o filipino, até hoje um reduto da Isuzu...

Mencionar o sucesso de Mercedes-Benz e Volkswagen mesmo no exigente mercado americano seria chover no molhado, mas é outro bom exemplo de que a supremacia européia no campo do Diesel em veículos leves mostra que a imagem de "Eurotrash" não se sustenta...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html