A questão do incremento ao custo de manutenção, diminuição da economia de combustível e eventuais prejuízos à adaptabilidade a combustíveis alternativos são apontados como os principais efeitos colaterais da atual geração de dispositivos de controle de emissões associados aos motores Diesel nas aplicações veiculares, e cuja real eficácia já gera controvérsias mesmo entre dieselheads. São também constantemente alardeadas por partidários dos híbridos num tom quase apocalíptico, que parecem convenientemente ignorar a maior complexidade no sistema auxiliar de tração elétrica. Lidar com um circuito de alta tensão exige, principalmente, uma capacitação mais específica dos profissionais para que possam efetuar os serviços com a necessária segurança, e eventualmente algumas ferramentas especiais que não vão estar disponíveis em qualquer oficina boca-de-porco às margens de uma estrada num rincão mais isolado do interior...
Com relação ao mercado brasileiro, cujo maior volume de vendas está concentrado em hatches "populares" como o Ford Fiesta Rocam, seria mais fácil justificar um incremento na ordem de R$6.000,00 a R$7.000,00 (tomando por referência o que ocorre na África do Sul com o Ford Figo com os motores 1.4L a gasolina e 1.4TDCi) para substituir o motor Zetec Rocam 1.0 Flex pelo 1.4TDCi que já foi usado em versões de exportação do que uma média de R$21.000,00 que separa o Ford Fusion Titanium 2.0 EcoBoost do Titanium Hybrid (vale lembrar que, por ser feito no México, o Fusion já é beneficiado pela isenção do IPI que está sendo proposta para híbridos de outras procedências). Outro aspecto prático a ser destacado é pelos 122 litros sacrificados da capacidade do porta-malas pela bancada de baterias tracionárias, e nesse aspecto também a "banheira" teria um menor impacto. Ainda há a questão da amortização da diferença entre os preços iniciais, ponto batido à exaustão pelos que se opõem à liberação do Diesel mas que também acaba por afetar os híbridos: no caso do Fusion, com o híbrido fazendo uma média de 17km/l e o EcoBoost na faixa de 9km/l com a gasolina custando R$3,00 o litro, a diferença de preço entre as duas versões levaria cerca de 6 a 7 anos para ser rebatida, tomando por referência uma média de 20.000 km a ser percorrida anualmente.
Considerando que um bom motor turbodiesel adequado às necessidades e preferências do segmento em que o Fusion está inserido, poderia levar a um acréscimo numa faixa até R$16.000,00 ao preço inicial frente a um modelo de ignição por faísca comparativamente equipado, e obtendo médias de consumo de iguais ou até melhores que o Hybrid, lembrando também da possibilidade de usar biodiesel (e até algumas misturas com óleo vegetal bruto) a um custo menor que o do óleo diesel de baixo teor de enxofre (que já se aproxima perigosamente dos preços da gasolina em um posto próximo à minha residência), já reduz o tempo necessário para o retorno do investimento. Cabe salientar outro ponto bastante polêmico, relacionado à vida útil das baterias, estimada numa média de 8 a 12 anos, bem como o respectivo custo de substituição e a complexidade dos processos de reciclagem das baterias tracionárias de hidreto metálico de níquel e lítio-ferro-fosfato (LiFePo4) usadas na atual geração de carros híbridos em comparação com as chumbo-ácidas ainda usadas no sistema elétrico de veículos com sistema de tração convencional, e esse aspecto faz com que a depreciação média fique ainda mais acentuada. Enquanto isso, a boa reputação do Diesel no tocante à durabilidade faz com que retenham um melhor valor de revenda, como pode ser observado no caso de alguns Mercedes-Benz das décadas de '70 e '80 que em alguns casos chegam a custar quase o mesmo que modelos importados oficialmente durante a década de '90 com motor a gasolina...
Até que o sistema dos híbridos parece bacana, mas enquanto ficar só como artigo de luxo não tem como eu ter uma opinião formada dele. Mas que é uma vergonha os carros populares brasileiros serem tão beberrões isso é.
ResponderExcluirResumindo: quem compra híbrido paga a mais pelo status e por parecer moderninho mas demora mais até começar a economizar, enquanto isso quem pagou mais barato num motor a diesel já começou a economizar mais cedo e ainda consegue um valor de revenda mais alto por causa da manutenção mais simples.
ResponderExcluirJá tira por base a vantagem do diesel no caso daquele pessoal que trocava motor V8 das Ford F100 e o motor de Falcon da F1000 antiga pelo MWM de 3 cilindros. Não era nem o de 4 cilindros original da F1000, mas o de 3 mesmo o pessoal já usava não só para trabalho mas até para passear, já vi umas picapes cabinadas com esse motor para vender.
ResponderExcluirTambém já vi algumas F-1000 com o MWM de 3 cilindros. Nesse caso leva vantagem por requerer menos processos de usinagem durante a fabricação do motor e menor quantidade de peças a serem trocadas numa retificação do motor, além de ter menos atritos internos.
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