1 - Olhe para mim, eu sou mais "ecologicamente-correto": alguns fãs alegarão que a compra de um Prius é motivada principalmente por uma pretensão de minimizar o impacto ambiental, mas na prática o que se vê é o desejo de enfatizar aos olhos alheios essa alegada "sustentabilidade". Nem mesmo os 25km/l de consumo médio são algo tão espetacular, ao considerar que é tecnicamente viável obter o mesmo resultado em veículos de concepção mais simples e cujo footprint de produção é muito mais contido, inclusive alguns subcompactos da categoria kei-jidosha, que vem sendo negligenciada pela falta de visão dos dirigentes das fábricas de automóveis japonesas e desfavorecida em âmbito governamental por lá.
Peugeot 3008: o layout do sistema híbrido adotado na versão Hybrid4 é muito mais sensato |
3 - "Smug alert!": tomando agora por referência a sátira feita no sitcom South Park sobre a arrogância atribuída a proprietários de automóveis híbridos, cabe novamente refletir sobre o status social que se adquire junto com o veículo. Vá lá, se os entusiastas estão realmente convencidos de que os híbridos são mesmo toda aquela perfeição apresentada por marqueteiros, poderiam muito bem optar por um modelo que não fosse oferecido exclusivamente como híbrido e reconhecido facilmente como tal. Por exemplo, se o conjunto motriz do Prius pudesse ser opcionalmente aplicado à carroceria do Corolla de maneira discreta, sem nada que escancarasse o lado "especial" para quem observa de fora, o objetivo de chamar a atenção e inflar o ego não seria alcançado...
4 - Júnior, volte já para o armário: mesmo que a esquerda-caviar tente impor o contrário, não podemos negar que o público latino-americano (inclusive o brasileiro) nutre uma forte rejeição por referências explícitas ao homossexualismo, e os híbridos de um modo geral são alvo de chacota por grande parte dos gearheads/petrolheads/dieselheads/grease-monkeys que os associam a uma imagem menos viril. Não é difícil se deparar com cidadãos heterossexuais que sentiriam menos vergonha sendo vistos a bordo de alguns modelos cujo design é considerado um tanto "girlie" como o Fiat 500, o Nissan March, o Fiat Uno brasileiro, entre outros, do que serem flagrados dentro de um Prius pelo estigma de "carro de veado" ao qual acabou sendo atribuído.
5 - Por último, mas não menos importante, Prius contra o Diesel: em mercados mais desenvolvidos onde o cidadão não é privado da liberdade de escolher um veículo leve com motor Diesel, o sucesso comercial do Prius é constantemente usado como "argumento" numa tentativa de contestar as vantagens técnicas e práticas da ignição por compressão contra a ignição por faísca. "Peça que não entra no carro não quebra", diria o saudoso Amaral Gurgel, mas ao invés de se primar pela simplicidade do motor Diesel e até da maior aptidão ao uso de combustíveis alternativos, é privilegiada a complexidade e o custo de implantação mais elevado inerentes a um sistema híbrido. E para piorar, ainda vem sendo usado como pretexto para se tentar atravancar discussões acerca de uma eventual liberação do Diesel em veículos leves no mercado brasileiro...
Tem toda razão brother. O negócio dessa turminha que fica enchendo a bola dos híbridos é só para se exibir mesmo.
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