terça-feira, 29 de julho de 2014

[Humor controverso] 5 razões para odiar o Toyota Prius

Quem poderia imaginar que o Toyota Prius viria a provocar reações tão intensas tanto de amor quanto ódio, a ponto de ser mencionado como uma das piores atrocidades do Japão desde o ataque a Pearl Harbor e a Marcha da Morte de Bataan? E logo um modelo destinado a popularizar nos principais mercados mundiais a aura "ecológica" da tração elétrica sem comprometer totalmente a praticidade que os motores de combustão interna ainda oferecem para a maioria do público consumidor, mas na verdade esconde um rastro de degradação ambiental desde a extração mineral de alguns insumos até chegar às mãos do consumidor final? Pois bem, aqui vão 5 das principais razões para alimentar um ódio que alguns reputarão irracional, mas ao deixar fluir os sentimentos é naturalmente difícil que a razão prevaleça, então foda-se vamos lá...


1 - Olhe para mim, eu sou mais "ecologicamente-correto": alguns fãs alegarão que a compra de um Prius é motivada principalmente por uma pretensão de minimizar o impacto ambiental, mas na prática o que se vê é o desejo de enfatizar aos olhos alheios essa alegada "sustentabilidade". Nem mesmo os 25km/l de consumo médio são algo tão espetacular, ao considerar que é tecnicamente viável obter o mesmo resultado em veículos de concepção mais simples e cujo footprint de produção é muito mais contido, inclusive alguns subcompactos da categoria kei-jidosha, que vem sendo negligenciada pela falta de visão dos dirigentes das fábricas de automóveis japonesas e desfavorecida em âmbito governamental por lá.
Daihatsu Mira/Cuore: o subcompacto japonês da década de 90 alcança facilmente a faixa dos 25km/l apesar de não recorrer a um sistema de tração elétrica auxiliar. Sabe-se lá por que diabos o exemplar da foto foi pintado de cor-de-rosa...
De um modo geral, é muito mais fácil ser um ecologista-de-boutique que não dispensa algumas comodidades, e abrir mão do ar-condicionado para curtir a experiência ao ar livre em uma motocicleta com side-car seria um sacrifício incomensurável...


2 - Apertem os cintos, o câmbio sumiu: esse é um ponto que passa despercebido para quem é mais desatento, mas o Prius não tem câmbio. Apesar de constar em catálogos e fichas técnicas uma suposta e-CVT (transmissão continuamente variável gerenciada eletronicamente), a relação de marcha é fixa, e o motor elétrico fica encarregado de simular o efeito de uma CVT propriamente dita, além de prover a marcha à ré para manobras. Se acontecer qualquer problema com o motor elétrico ou a bateria tracionária, não adianta nem tentar dirigir até a oficina mais próxima valendo-se apenas do motor a gasolina. Muito mais coerente é a solução adotada pelo grupo PSA nas versões Hybrid4 de alguns modelos das linhas Peugeot e Citroën, em que um conjunto motriz tradicional está vinculado ao eixo dianteiro, enquanto a parte da tração elétrica auxiliar é encarregada do eixo traseiro, e ambos os sistemas podem ser utilizados em conjunto ou separadamente de acordo com as necessidades e/ou preferências do condutor diante das condições operacionais que se apresentem.
Peugeot 3008: o layout do sistema híbrido adotado na versão Hybrid4 é muito mais sensato


3 - "Smug alert!": tomando agora por referência a sátira feita no sitcom South Park sobre a arrogância atribuída a proprietários de automóveis híbridos, cabe novamente refletir sobre o status social que se adquire junto com o veículo. Vá lá, se os entusiastas estão realmente convencidos de que os híbridos são mesmo toda aquela perfeição apresentada por marqueteiros, poderiam muito bem optar por um modelo que não fosse oferecido exclusivamente como híbrido e reconhecido facilmente como tal. Por exemplo, se o conjunto motriz do Prius pudesse ser opcionalmente aplicado à carroceria do Corolla de maneira discreta, sem nada que escancarasse o lado "especial" para quem observa de fora, o objetivo de chamar a atenção e inflar o ego não seria alcançado...


4 - Júnior, volte já para o armário: mesmo que a esquerda-caviar tente impor o contrário, não podemos negar que o público latino-americano (inclusive o brasileiro) nutre uma forte rejeição por referências explícitas ao homossexualismo, e os híbridos de um modo geral são alvo de chacota por grande parte dos gearheads/petrolheads/dieselheads/grease-monkeys que os associam a uma imagem menos viril. Não é difícil se deparar com cidadãos heterossexuais que sentiriam menos vergonha sendo vistos a bordo de alguns modelos cujo design é considerado um tanto "girlie" como o Fiat 500, o Nissan March, o Fiat Uno brasileiro, entre outros, do que serem flagrados dentro de um Prius pelo estigma de "carro de veado" ao qual acabou sendo atribuído.


5 - Por último, mas não menos importante, Prius contra o Diesel: em mercados mais desenvolvidos onde o cidadão não é privado da liberdade de escolher um veículo leve com motor Diesel, o sucesso comercial do Prius é constantemente usado como "argumento" numa tentativa de contestar as vantagens técnicas e práticas da ignição por compressão contra a ignição por faísca. "Peça que não entra no carro não quebra", diria o saudoso Amaral Gurgel, mas ao invés de se primar pela simplicidade do motor Diesel e até da maior aptidão ao uso de combustíveis alternativos, é privilegiada a complexidade e o custo de implantação mais elevado inerentes a um sistema híbrido. E para piorar, ainda vem sendo usado como pretexto para se tentar atravancar discussões acerca de uma eventual liberação do Diesel em veículos leves no mercado brasileiro...

Um comentário:

  1. Tem toda razão brother. O negócio dessa turminha que fica enchendo a bola dos híbridos é só para se exibir mesmo.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html