terça-feira, 7 de junho de 2016

Cana-óleo: nova variedade mostra que o biodiesel ainda é levado a sério

Variedades transgênicas da cana-de-açúcar foram recentemente apresentadas pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos como uma nova promessa para o setor agroenergético, com concentrações de óleo de 2%, 5% e 10% em proporção ao peso. A cana-óleo já está sendo cultivada ainda em caráter experimental na Flórida, e ainda há estudos visando aumentar a concentração de lipídios para 20% do peso da cana, proporção que viria a eliminar a presença da sacarose e inviabilizaria a produção do etanol convencional, mas a rentabilidade com o biodiesel é convidativa. Vale destacar que com a cana-óleo é projetada uma maior competitividade nos custos não só diante da soja, mas também do óleo diesel comum derivado de petróleo.

A modificação genética teve como alvo o metabolismo da cana para que as reservas de energia viessem a ser acumuladas na forma de triglicerídeos e, favorecido entre outros fatores pela taxa de conversão de luz solar em energia mais elevada, o resultado é um incremento de 1240% na produtividade de óleo por hectare em comparação à soja. O bagaço ainda pode ser usado tanto para a cogeração de energia elétrica ao ser queimado como combustível de caldeiras quanto como matéria-prima para o etanol celulósico, também conhecido como "etanol de 2ª geração", contribuindo para a amortização do investimento mesmo tendo um valor comercial praticamente nulo diante do farelo de soja amplamente usado como substrato proteico na elaboração de rações para animais e alguns alimentos industrializados destinados ao consumo humano.

Algumas projeções divulgadas em um relatório do Departamento de Energia situam o custo de produção por litro do biodiesel de cana entre US$0,59 e US$0,89 enquanto o biodiesel de soja situa-se na faixa de US$1,08 e o óleo diesel convencional oscila entre US$0,82 e US$0,98. O investimento inicial é mais elevado em função da maior quantidade de matéria-prima a ser processada, mas o retorno do investimento com a cana-óleo a partir de uma concentração de 5% de lipídios já começa a superar o da soja ainda que por uma estreita margem (de 15,2% ao ano contra 15%). A mesma situação foi observada com a cana-óleo numa concentração de 2% de lipídios em comparação à cana-de-açúcar convencional (13,7% contra 13,5%). Para a variedade com 20% de lipídios, que ainda não está sendo cultivada, a expectativa é ainda mais promissora também para a cogeração, tendo em vista que elimina a fermentação e as perdas por evaporação inerentes à produção do etanol.

Além de aspectos práticos, como a facilidade de implementação que poderia se estender até mesmo ao Brasil, não se deve desconsiderar que as pesquisas com a cana-óleo vem a ter componentes políticos muito fortes nesses tempos pós-Dieselgate, para mostrar aos ditadores da OPEP e aos covardes socialistas da União Européia que o reconhecimento à eficiência energética superior dos motores do ciclo Diesel e a busca por combustíveis alternativos continuam mais firmes do que nunca.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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