Naturalmente, o câmbio automático ter sido oferecido somente com tração simples dificultava vender a opção pela tração integral para um público predominantemente urbano que vê os SUVs como objeto de desejo e prefere dispensar o câmbio manual, mas certamente a ausência de opções turbodiesel no Brasil também pesou contra uma maior presença da configuração 4X4 no mercado. Mesmo considerando uma improvável hipótese de se recorrer a um câmbio automatizado monoembreagem como o Easy-R que foi oferecido anteriormente como uma opção mais em conta ao câmbio automático no equivalente europeu vendido como Dacia Duster enquanto o modelo nacional e o colombiano ofereciam um automático com 4 marchas, a princípio uma maior similaridade entre o câmbio automatizado e um manual já facilitaria a disponibilização de uma opção para quem prefira não trocar marchas em meio a um trânsito caótico nos principais centros urbanos. Por outro lado, uma rejeição do público generalista ao câmbio automatizado frequentemente retratado como inerentemente inferior ao automático também seria difícil de reverter, e a bem da verdade em algumas condições de uso mais severas o conversor de torque usado em câmbios automáticos é mais confiável que as embreagens usadas com os câmbios manuais e automatizados.
Por mais que a logística e os volumes de vendas parecessem num primeiro momento não justificar uma eventual disponibilidade de versões 4X4 turbodiesel com câmbio automático, foi inoportuno ignorar um bom argumento de vendas como o motor turbodiesel mesmo com tração 4X4 só estando disponível em conjunto com o câmbio manual. Mesmo uma procura alegadamente maior pelo Duster 4WD da parte de operadores profissionais já seria um bom pretexto para oferecer um turbodiesel, tanto pelas condições de rodagem mais críticas em alguns serviços como atividades de apoio à mineração ou à aviação e que poderiam ser melhor atendidas por um motor que facilita a padronização dos combustíveis quanto pelas médias de quilometragem em alguns casos mais altas proporcionarem mais rapidez para um retorno do investimento inicial. Enfim, por mais que ainda caiba apontar outras causas, seguramente o fim da opção por tração 4X4 para o Renault Duster no Brasil também pode ter sido um efeito da ausência de um motor turbodiesel.
Diesel e câmbio automático foi uma receita de sucesso para o Jeep Renegade. Podia ter dado certo no Duster também.
ResponderExcluirTalvez até em aplicações efetivamente profissionais, um câmbio automático corretamente dimensionado poderia suportar melhor algumas condições operacionais severas.
ExcluirMesmo agora sem 4X4 nem como opcional, para muita gente já serve bem mesmo para usar na cidade e só pela aparência mais forte de SUV.
ResponderExcluirNo fim das contas, hoje só parecer já é mais valorizado que ser de verdade.
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