sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Por quê a Hilux quadrada ainda tem fãs incondicionais?

Um daqueles modelos que mais marcaram a transição do mercado brasileiro em meio à reabertura das importações, mudando a predominância de pick-ups full-size americanizadas para as médias enquanto os fabricantes japoneses ganhavam mais importância no segmento, a Toyota Hilux chegou oficialmente ao Brasil já na 5ª geração, e predominaram os motores Diesel 3L de 2.8L e o 2L de 2.4L que teria vindo só em alguns exemplares de tração simples traseira com o chassi mais baixo, diferenciados também por apresentarem configuração menos "agrícola" que a dos motores usados nas pick-ups full-size nacionais. Naturalmente o fato de ter vindo importada, num primeiro momento do Japão e posteriormente trazida da Argentina onde teve um prolongamento do ciclo de produção ao invés de uma implementação da 6ª geração, atiçava a curiosidade dos brasileiros, embora o peso da marca Toyota já se fizesse conhecido desde o Bandeirante. Mas como explicar de forma racional que persista uma aparente "idolatria" pela Hilux quadrada, tanto no Brasil quanto no exterior? 
Em primeiro lugar a fama de "indestrutível" atribuída de modo geral à linha Toyota, principalmente aos modelos mais antigos que dispunham de menos gadgets eletrônicos e portanto atraem quem se oponha a uma sofisticação por vezes exagerada que pode ser considerada um tanto cara de manter ou ainda muito susceptível a danos em condições ambientais severas. Também é justificável observar que essa geração da Hilux ainda observa uma norma japonesa que atribui diferentes alíquotas de imposto anual relativas às dimensões externas dos veículos e à cilindrada dos motores, tanto que no Japão e outros países mais receptivos a motores a gasolina numa caminhonete média era possível encontrar motores de 1.8L e 2.0L que se mantinham mais vantajosos nessa classificação. E na prática, por mais que aos olhos do público generalista possam parecer um trambolho, numa configuração original ainda preservam a largura menor que 1,70m e o comprimento também permanece dentro do limite de 4,70m que ainda a qualificava para recolher impostos como um veículo compacto no Japão. E se o comprimento ainda supera com folga os "populares" nacionais, curiosamente ainda é mais estreita que uma parte considerável dos carros feitos no Brasil hoje.
A grande presença em diversos mercados mundiais, junto à reputação como um veículo muito adequado a condições de rodagem severas, de certa forma justifica atribuir à Hilux quadrada uma condição quase tão icônica quanto a do Ford Modelo T, considerando que em algumas regiões hoje a Toyota representa a principal referência para veículos motorizados, e está longe de soar exagerado dizer que para algumas crianças e adolescentes em partes da África e da Ásia o primeiro contato com um carro ocorre com uma Hilux ou outro utilitário Toyota de concepção mecânica semelhante. Mesmo no Brasil atual, um Enzo ou uma Valentina provavelmente veriam uma Hilux quadrada como algo tão "diferente" como um Ford Modelo T ainda em efetiva operação na década de '60 já destoava do que se considerava moderno para a época. Enfim, com uma concepção que ainda atrai fãs por uma robustez percebida como superior aos congêneres modernos, e um tamanho razoável em proporção às capacidades, é compreensível que uma Hilux quadrada ainda desperte paixões.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html