quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Rápida reflexão: um motor mais "manso" que dispense o ARLA-32 ainda seria desejável?

Utilitários de concepção mais austera como o Kia Bongo, mais apreciados pelo aspecto essencialmente profissional, ainda encontram alguma receptividade junto a operadores com um perfil mais conservador no tocante ao desempenho dos motores, em contraste com o que hoje se observa na classe das pick-ups médias como a Isuzu D-Max. No entanto, é importante lembrar aspectos tão relevantes quanto os custos de manutenção e a maior severidade das normas de emissões nos últimos anos, de modo que chega a ser pertinente refletir até que ponto uma calibração de potência e torque mais modesta seria um problema, e como pode eventualmente tornar-se benéfica ao simplificar o pós-tratamento de gases de escape. O caso específico da geração anterior da Isuzu D-Max, que permanece em linha na Índia e manteve em linha o motor 4JA1-L de 2.5L com potência de 78hp a 3800 RPM e torque de 176Nm entre 1800 e 2400 RPM para as versões 4X2 dispensando o fluido-padrão AdBlue/ARLA-32 mesmo considerando as normas de emissões Bharat Stage-VI em vigor, e as 4X4 tenham passado a usar o RZ4E-TC de 1.9L com potência de 163hp a 3600 RPM e torque de 360Nm entre 2000 e 2500 RPM que já requer o AdBlue/ARLA-32 e apresenta uma calibração de potência e torque mais elevados mesmo com uma cilindrada muito menor.
A bem da verdade, para uma parte mais conservadora do público das pick-ups que mantém preferências austeras, incluindo o câmbio manual hoje estigmatizado como "coisa de pobre", um motor de potência e torque mais modestos que dispense o ARLA-32 pode ser especialmente desejável tanto pela questão da logística para mais um insumo quanto pelo atual cenário de beligerância entre Rússia e Ucrânia levando a incertezas no tocante à disponibilidade da uréia que serve tanto para produzir ARLA-32 quanto como fertilizante nitrogenado para a agricultura. E em que pese até um motor tão antigo como Isuzu 4JA1-L hoje incorporar recursos como injeção eletrônica common-rail e turbocompressor de geometria variável que podem dar a impressão de ser mais "lógico" adotar uma calibração de potência e torque mais altos, o recurso ao sistema P-SCR de redução catalítica seletiva passiva implementado na Índia se destaca por simplificar a operação valendo-se de alterações pontuais na proporção de combustível pela carga de ar da admissão, visando gerar amônia para reagir com os óxidos de nitrogênio retidos por um dispositivo LNT (Lean NOx Trap) sem a aspersão de mais um fluido que precise ser reabastecido periodicamente. Enfim, por mais que pareça destoar da imagem de prestígio atualmente atrelada às pick-ups médias até por usuários com perfil urbano, uma calibração mais "mansa" que permita simplificar o pós-tratamento dos gases de escape chega a ser desejável...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html