sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Triciclos de carga: especialmente injustiçados pela restrição ao uso de motores Diesel

Um tipo de veículo ainda muito estigmatizado no Brasil como inerentemente "inferior", os triciclos para transporte de cargas leves já são vistos com relativa frequência em algumas grandes cidades brasileiras, e de certa forma são um reflexo de diversas incoerências observadas desde a "engenharia" de tráfego até outros aspectos eventualmente mais subjetivos. Naturalmente, por assemelharem-se a motocicletas, fica mais fácil enquadrá-los em normas mais permissivas no tocante à segurança e controle de emissões, e a princípio influindo na redução dos custos iniciais de aquisição do veículo e favorece a inserção junto a pequenas empresas que possam adequar a própria necessidade logística a uma operação estritamente urbana devido à baixa velocidade média da maioria dos modelos oferecidos no Brasil. A facilidade para manobrar em espaços exíguos na região central, tanto das capitais quanto outras cidades de porte médio a grande consolidadas como centros regionais, é uma característica a favor de triciclos utilitários, apesar das aparentes limitações em comparação a uma caminhonete compacta mas que estão longe de impedir a adequação a determinadas condições operacionais, além do mais com a expectativa de uma economia de combustível e também outros insumos que vão desde fluidos para radiador até material de atrito para os freios.
Destaca-se o predomínio de motores de origem chinesa copiados da Honda CG 125 ampliados para 150 a 200cc mantendo a refrigeração a ar, e o carburador que na prática inviabiliza incorporar capacidade de operar com etanol a exemplo de caminhonetes com motor flex e atrapalha uma conversão a gás natural pela exigência do Ibama que veículos de fabricação posterior a 1996 usem somente kits de conversão gerenciados eletronicamente, operadores comerciais que possam se dar ao luxo de contar com etanol a custo razoável ou avaliam o gás natural como contraponto à eventual liberação do Diesel para veículos de todas as categorias seguem refratários a um triciclo. E dada a "cultura" brasileira da "ostentação" que estigmatizou veículos utilitários de um modo geral em outros momentos históricos, e talvez facilitado a ascensão da Volkswagen com o Fusca ao invés de favorecer o Jeep Willys no imediato pós-guerra como ocorria nas Filipinas, naturalmente alguém que conseguisse adaptar e legalizar um triciclo utilitário com algum daqueles motores Diesel estacionários numa faixa de potência parecida à das motos mais simples acabaria por estar mais justificado pelo aspecto essencialmente utilitário que uma Karen desfilando num SUV em estacionamentos de shopping. Enfim, por mais improvável que possa parecer, além de estarem rodeados naquele estigma terceiro-mundista, os triciclos utilitários de carga se tornam um retrato fiel de incoerências na proibição dos motores Diesel para alguns veículos somente pelas capacidades de carga e passageiros ou tração.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html