quinta-feira, 11 de maio de 2023

Kia Sportage de 5ª geração e o sistema MHEV: bem que poderia ter vindo ao menos uma opção turbodiesel...

Um daqueles modelos que marcaram a ascensão dos SUVs junto ao público brasileiro, teve no mercado local a opção por motores Diesel somente durante a primeira geração, que também foi a única a manter uma concepção mais "raiz" antes de tornar-se um crossover, o Kia Sportage hoje na 5ª geração só tem a configuração com tração dianteira disponível no Brasil. Provavelmente refletindo como a "suvização" é forte nos grandes centros urbanos onde a bem da verdade a tração nas 4 rodas pode ser dita supérflua, a disponibilidade desse recurso em alguns concorrentes sendo explorada até como brecha para poderem ter ao menos uma opção turbodiesel no Brasil mediante o enquadramento burocrático como "utilitário" leva a crer que tal possibilidade ainda poderia ter seus méritos para o Kia Sportage continuar sendo uma referência até mesmo em meio à recente aposta do Grupo Gandini como representante da marca no país em SUVs híbridos. Como o método para hibridizar o modelo de especificação brasileira é o MHEV, e o conjunto moto-gerador de 48 volts é acoplado ao motor de combustão interna por correia tal qual seria um alternador convencional, e provê assistência motriz elétrica em algumas condições sem ser capaz de mover o veículo de forma exclusivamente elétrica, vale destacar que o mesmo sistema também é usado com o motor Hyundai Smartstream 1.6 turbodiesel em regiões como a Europa, e certamente o motor 1.6 turbo a gasolina usado no Brasil pertencer a essa mesma linha de motores facilita a implementação.

Tendo em vista que o sistema MHEV já credencia para a isenção do rodízio na cidade de São Paulo, e a bem da verdade pela importância no cenário econômico ainda acaba sendo um mercado automobilístico de referência para o Brasil inteiro, é previsível que tal configuração tenha sido escolhida mesmo quando até versões híbridas plug-in baseadas no motor a gasolina também são comercializadas mundo afora. As mesmas vantagens burocráticas concedidas a híbridos sem distinção por tipo de combustível podem ser aproveitadas também se houver um retorno da opção turbodiesel, associada à tração 4X4 para o modelo ter homologação como "utilitário" de acordo com as regulamentações em vigor no Brasil que limitam o uso de motores Diesel arbitrariamente com base nas capacidades de carga e passageiros ou tração. Com os preços do óleo diesel convencional tendo alcançado preços maiores que os da gasolina comum e até de algumas gasolinas aditivadas, fato inédito na história brasileira que pode ser atribuído ao menos em parte aos reflexos internacionais da guerra entre Rússia e Ucrânia deflagrada no ano passado, pode soar precipitado defender que um motor turbodiesel seja oferecido para a atual geração do modelo no Brasil, embora especialmente em regiões de interior seja apreciável o maior alcance considerando um tanque de combustível com o mesmo volume ou até um pouco menor liberando espaço para um reservatório do fluido-padrão AdBlue/ARLA-32/ARNOx-32 usado em veículos com o sistema SCR para o controle dos óxidos de nitrogênio (NOx) nas gerações mais recentes de motores turbodiesel.

Também chama a atenção o fato do Grupo Gandini ser sediado em Itu, interior do estado de São Paulo, onde concentra-se a maior parte da produção brasileira de etanol, e nem o fato da injeção direta já usada no motor que o Kia Sportage de 5ª geração tem sido equipado no Brasil a princípio ter maior facilidade para a partida a frio com esse combustível alternativo em comparação aos motores de ignição por faísca com injeção sequencial no coletor de admissão ter servido de pretexto para uma versão flex do modelo ter sido disponibilizada mesmo quando o fabricante detém a tecnologia necessária para implementação desse recurso. Mesmo em meio às incertezas que vem sendo aventadas quanto ao biodiesel nos últimos anos até para aplicação em veículos pesados e maquinário agrícola, especialmente a incompatibilidade que pode ter com o processo de autolimpeza ou "regeneração" forçada de filtros de material particulado (DPF) a depender da quantidade em misturas obrigatórias com o óleo diesel convencional, cabe frisar a experiência brasileira com o etanol iniciada no regime militar com o ProÁlcool como um precedente no fomento a um combustível alternativo e desenvolvimento de soluções técnicas correlatas. Enfim, ainda que pareça irrelevante aos olhos de uma parte do público urbano, ao menos uma opção turbodiesel para o Kia Sportage de 5ª geração seria muito bem vinda no Brasil...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html