sexta-feira, 26 de maio de 2023

Caso para reflexão: Chevrolet Montana de 2ª geração

Produzida entre o final de 2010 e a primeira metade de 2021, a 2ª geração da Chevrolet Montana teve a peculiaridade de ser tecnicamente mais simples que a antecessora, sem subchassi dianteiro que era uma das características a destacar, além da linha de motores ter ficado restrita ao 1.4 flex no Brasil enquanto no exterior esse mesmo motor ia somente a gasolina acompanhado pelo 1.8 e também pelo motor Fiat 1.3 Multijet como opção turbodiesel em substituição ao bom e velho Isuzu Circle-L. O turbodiesel tinha pouca participação mesmo para exportação, destacando-se a montagem em CKD na África do Sul onde foi a última caminhonete Chevrolet a ser comercializada oficialmente, antes da General Motors deixar o mercado sul-africano no final de 2017. Curiosamente, assim como no Brasil é mais fácil ver a Montana de 2ª geração sendo usada efetivamente a trabalho que em usos estritamente recreativos, também atraía a um público mais "careta" na África do Sul onde a cabine simples e o porte mais compacto comparada às caminhonetes médias de origem asiática (principalmente japonesa) a tornavam uma opção boa para muitos operadores em regiões urbanas.

Por mais surpreendente que possa parecer, considerando o perfil cada vez mais recreativo que se atribui ao público das caminhonetes nas mais diferentes faixas de tamanho, tem sido mais fácil ver Montana de 2ª geração em trabalhos até bastante sérios e exigentes como o segmento de ambulâncias que nas mãos da gurizada que gosta de rebaixar os carros e instalar rodas de tamanhos muito maiores para os quais os modelos tenham sido projetados. O fato de caminhonetes maiores, e que são efetivamente homologadas como utilitário para fins de utilização de motores turbodiesel no Brasil pela capacidade de carga ou com base no sistema de tração 4X4, terem atingido preços que as posicionam muitas vezes mais como artigo de luxo que como um veículo efetivamente destinado a trabalho, já demonstra o quanto restringir o uso de um tipo de motor de acordo com tais características é uma medida equivocada e claramente obsoleta, especialmente considerando as possibilidades do biodiesel e outros combustíveis renováveis que podem substituir o óleo diesel convencional, de forma análoga ao etanol com relação à gasolina nos veículos com motor flex que hoje são os mais vendidos no Brasil. Enfim, esse é só mais um exemplo de como a derrubada das restrições ao uso de motores Diesel em veículos leves é uma necessidade para o Brasil.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html