sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Caso para rápida reflexão: motor Mercedes-Benz OM-616 e como um motor antigo não deveria ser tão subestimado

Um daqueles motores pouco lembrados no Brasil, o OM-636 chegou a vir em alguns carros de luxo da Mercedes-Benz tanto antes das restrições ao uso de motores Diesel quanto às importações de veículos, e também acabaria vindo em utilitários Mercedes-Benz MB 180D importados da Espanha na década de '90. Naturalmente, a vetusta injeção indireta e a aspiração atmosférica faziam com que o desempenho se revele muito mais modesto em comparação ao observado em utilitários modernos, mas o que causa uma certa curiosidade é a própria Daimler, detentora da marca Mercedes-Benz, ter praticamente "esquecido" esse que foi sem dúvida um dos motores que deram boa fama de robustez a toda prova para os carros da marca em algumas regiões com condições de rodagem extremamente severas. Lembrando precedentes como a Daimler ter dado início ao desenvolvimento dos motores que originaram o AP da Volkswagen, e que a bem da verdade ainda servem de base para o desenvolvimento dos motores 2.0 TDI ainda em uso pelo grupo Volkswagen, e também que os motores Mercedes-Benz de modelos antigos costumavam ter uma modularidade e compartilhamento de componentes entre versões a gasolina ou óleo diesel, chega a soar ainda mais intrigante o fim do motor OM-616 quando ainda parecia adequado em alguns aspectos.

É especialmente digno de nota que o motor Mercedes-Benz OM-616 também teve versões produzidas na Índia sob licença pela antiga Bajaj-Tempo, atual Force Motors, que além de fazer outsourcing para a Mercedes-Benz e até para a BMW, ainda produz versões modificadas do OM-636 que apresenta como sendo baseados em tecnologia da Mercedes-Benz, e é impossível negar alguma semelhança. Apesar das modernidades hoje indispensáveis como o turbo e a injeção direta, bem como dispositivos de controle de emissões de padrão internacional como o filtro de material particulado (DPF) e o SCR para redução dos índices de óxidos de nitrogênio (NOx) que permitem o enquadramento nas normas Bharat Stage VI Phase II equivalentes à Euro-6d, o principal motor hoje usado pela Force Motors é basicamente um OM-616 com stroker para 2.6L ao invés de 2.4L como o original, chamando a atenção que pode entregar desempenho comparável a motores mais modernos com cilindrada entre 15 e 20% menor e que são favorecidos por sistemas de comando de válvulas mais modernos e precisos. Enfim, por mais que um motor à primeira vista "arcaico" pareça relegado ao esquecimento, assim como os modelos que dispunham desse motor já vão ficando raros de se ver, na prática ainda podem permanecer satisfatórios com aprimoramentos de implementação relativamente fácil, sem ter que reinventar a roda para dizer que os motores Diesel estão ficando demasiadamente caros e impossíveis de manter a competitividade frente à ignição por faísca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem-vindo e entre na conversa. Por favor, comente apenas em português, espanhol ou inglês.

Welcome, and get into the talk. Please, comment only either in Portuguese, Spanish or English.


- - LEIA ANTES DE COMENTAR / READ BEFORE COMMENT - -

Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html