sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Rápida observação sobre a abordagem mais conservadora da Toyota com os motores de ignição por faísca

Uma das fabricantes de veículos com maior destaque a nível mundial, tanto em virtude da grande presença global quanto por uma adaptabilidade a peculiaridades e desafios de cada região onde atua, a Toyota chama a atenção por promover uma abordagem mais conservadora quanto aos motores de ignição por faísca. Tomando como referência o Yaris da geração XP150, que no Brasil teve a opção por motores de 1.3L e 1.5L flex com câmbio manual ou automático CVT antes que fossem consolidados só o motor 1.5 e o CVT a partir do ano-modelo 2022, salta logo aos olhos que nenhum motor enquadrado nos conceitos do downsizing tenha sido oferecido, ainda que a concorrência já apresente modelos dotados de turbo, injeção direta, ou ambos. De fato, a aparente simplicidade da injeção sequencial nos dutos de admissão e a aspiração natural agradam até mesmo a operadores de perfil mais conservador como taxistas, e também é possível destacar uma maior facilidade para implementar conversões ao gás natural.
Embora as regulamentações de emissões que entraram em vigor no Brasil em 2022 fossem um pretexto para a Toyota optar por manter um único conjunto motriz para o Yaris, é até curioso seguir com uma faixa de cilindrada acima dos "populares" que vem sendo muito mais associada ao turbo e à injeção direta na concorrência. Naturalmente, uma vantagem da injeção sequencial nos dutos de admissão pesa a favor, tendo em vista que dispensa o uso de filtros de material particulado que já deixaram de ser um calcanhar de Aquiles só dos motores turbodiesel, à medida que uma maior participação da injeção direta junto a motores de ignição por faísca acompanhou a ascensão do turbocompressor em modelos de perfil generalista. Assim como os motores Diesel tiveram consolidada a fama de serem eficientes em função da proporção menor de combustível pela carga de ar da admissão, os motores turbo a gasolina ou flex com ignição por faísca são favorecidos pela possibilidade de dispensar um enriquecimento da mistura ar/combustível que era o método mais fácil de mitigar os riscos da pré-ignição, e que era um empecilho junto ao público generalista por levar a um aumento do consumo de combustível.
Apesar de uma parte do público brasileiro generalista ter a imagem de simplicidade "à prova de burro" de motores flex com injeção sequencial nos dutos de admissão e aspiração natural, e até operadores de perfil mais conservador os aceitem para escapar da complexidade de gerações mais recentes dos dispositivos de controle de emissões nos motores turbodiesel, um aspecto claro é ser questionável até que ponto recursos como o turbo e a injeção direta realmente sejam tão imprescindíveis num motor de ignição por faísca. Tentar incorporar características que alçaram o Diesel a uma posição de destaque pela eficiência energética podem apresentar resultados pouco ou nada satisfatórios para um motor a gasolina ou flex, e portanto uma apresentação do downsizing antagonizando contra o Diesel torna-se um tiro no pé. Logo, se a Toyota prefere seguir uma abordagem mais conservadora, tem algum fundamento que às vezes passa despercebido por alguns concorrentes que insistam em empurrar o downsizing como desafiante ao Diesel em países onde se permite o uso em veículos leves ou como pretexto para silenciar essa pauta no Brasil...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html