quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Teria feito sentido a Chevrolet Tahoe usar o motor Duramax 2800 LWN na 4a geração?

Produzida entre os anos de 2014 e 2019 para os anos-modelo de 2015 a 2020, a 4a geração da Chevrolet Tahoe foi oferecida unicamente com motores entre 5.3L e 6.2L a gasolina ou 5.3L flex apto a operar também com etanol a uma proporção máxima de 85% acrescido de 15% de gasolina (E85) para facilitar a partida a frio. Por mais que a injeção direta aplicada aos motores oferecidos nesse modelo já fosse capaz de proporcionar uma maior facilidade na partida a frio mesmo que o motor tivesse sido homologado até para o álcool hidratado (E96h) brasileiro, lembrando que nunca foi oferecida no Brasil por importação oficial essa geração da Tahoe, a injeção direta é um problema para quem considerar conversões para o gás natural que em alguns países são favorecidas até em veículos considerados de luxo, e então para atender eventualmente a alguns mercados de exportação pudesse ter sido melhor oferecer outros motores. Entre as opções mais óbvias, embora talvez algo improváveis à primeira vista, certamente o motor Duramax 2800 na especificação LWN que chegou a equipar pick-ups médias e até a substituir uma versão do Duramax V8 de 6.6L em vans full-size entre 2016 e 2022 nos Estados Unidos, onde o LWN era importado da antiga filial General Motors Thailand em que pese o mesmo motor que o originou ser produzido também no Brasil mesmo após o fim da fabricação tailandesa.

Naturalmente o uso de um motor de apenas 4 cilindros poderia ser assimilado com mais facilidade pelo público de vans, direcionadas a um uso mais estritamente profissional que a linha de SUVs full-size geralmente tratada como um carro familiar mais tradicional nos Estados Unidos e eventualmente como artigo de luxo em outras regiões, ainda que a maior ênfase dada à capacidade de reboque tivesse apelo para usuários profissionais com perfis mais especializados e justificasse abordagens mais austeras no tocante a motorizações. Só o fato da 4a geração da Chevrolet Tahoe ter contado com o mesmo câmbio automático de 8 marchas que nas vans full-size Chevrolet e GMC da mesma época só exemplares com o motor Duramax LWN dispunham, pressupõe relativas facilidades de ordem técnica para o mesmo conjunto motriz ter servido também à linha de SUVs full-size na qual a Chevrolet Tahoe estava inserida, tanto para exportação quanto eventualmente até como uma opção para atender interinamente a uma parte do público americano que ainda foi obrigada a esperar pela geração subsequente para ter a opção de um motor turbodiesel específico na faixa de peso mais leve de utilitários full-size Chevrolet e GMC. Até a vantagem de apenas aproximadamente 3,8% no torque máximo para o V8 de menor cilindrada a princípio já estaria longe de ser um impedimento para o Duramax 2800 atender a essa aplicação, em que pese ainda uma preferência explícita de parte do público tanto em alguns mercados de exportação onde foi oferecida através de importação oficial quanto por importação independente pelos motores V8 a gasolina como uma distinção perante o predomínio de motores turbodiesel entre 4 e 6 cilindros ou motores a gasolina ou flex também entre 4 e 6 cilindros em pick-ups e SUVs médios mundo afora.

Poderia até parecer que o uso de um motor já oferecido em modelos Chevrolet de uma categoria imediatamente menor fabricados na Tailândia e no Brasil de onde supriam a maioria dos mercados de exportação levasse o Duramax 2800 a soar "menos prestigioso", situação talvez desencorajadora para parte do público-alvo de modelos full-size como a Tahoe para quem a maior demonstração de "americanidade" que um veículo possa ter é um V8 sob o capô, mas o porte abrutalhado e o dimensionamento estrutural para algumas demandas eventualmente mais severas que as previstas para pick-ups ou SUVs mid-size eram aspectos até mais relevantes tanto para aplicações estritamente recreativas quanto outras muito mais específicas até no âmbito militar. Mencionar a padronização do uso de combustíveis pesados em frotas operacionais militares de países alinhados à OTAN a essa altura do campeonato chover no molhado, e apesar de veículos com porte menor terem vantagens para manobrar em espaços mais exíguos nem sempre são os mais adequados a determinadas condições de tráfego a serem encontradas numa região conflagrada, e um dimensionamento estrutural mais favorável a blindagens pesadas é algo especialmente destacável também em outras aplicações. A disponibilização de versões específicas para uso policial nos Estados Unidos, tanto com tração somente traseira mas certificada para perseguições a alta velocidade quanto com tração nas 4 rodas que acabaria atendendo melhor a unidades especializadas, seria pertinente até considerando aqueles velhos boatos que corriam sobre uma hipotética importação que poderia ter sido feita para atender ao Batalhão Tobias de Aguiar, que é o mais conhecido batalhão especializado da Polícia Militar do Estado de São Paulo e foi por algumas décadas equipado somente com SUVs Chevrolet com motores a gasolina de alta cilindrada.

Uma configuração de chassi mais robusta e eventualmente melhor para usos específicos como tracionar reboques ou receber alguma blindagem pesada já serviria para pressupor a demanda por um motor turbodiesel, assim como determinadas especialidades para as quais a 4a geração da Chevrolet Tahoe fosse direcionada em mercados de exportação até justificaria que a percepção de prestígio em torno dos V8 passasse a soar irrelevante, e a maior eficiência do motor turbodiesel ainda que enquadrado em conceitos de downsizing teria apelo comercial. Assim como SUVs de um modo geral passaram a ser tratados mais como tentativas de refletir um estilo de vida, a ponto de até os crossovers derivados de algum carro compacto generalista já serem alçados à condição de objeto de desejo da classe média urbana mesmo equipados com motores 1.0 turbo flex de 3 cilindros visando recolher menos impostos, a princípio a aura de glamour em torno do motor V8 como uma parte do tão almejado American Way of Life exerceria menos fascínio caso uma opção de motor turbodiesel mesmo um tanto austera estivesse disponível, sem necessariamente eliminar o interesse de alguns entusiastas incondicionais dos V8. Enfim, tendo em vista como diferentes perfis de usuários acabaram sendo atendidos por um mesmo modelo, em que pese a linha de motores eventualmente mais difícil de conciliar a necessidades mais específicas, teria certamente feito sentido se a Chevrolet Tahoe fosse oferecida também com o motor LWN como opcional na 4a geração.

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It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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