quinta-feira, 1 de maio de 2014

Breve reflexão sobre a sabotagem política ao etanol

Não é de hoje que o cenário político brasileiro está tomado pela imoralidade, mas ainda assim é evidente como as intervenções de cunho populista na economia tem não apenas corroído a Petrobras mas também inviabilizando o setor sucroenergético que, além do etanol e do diesel de cana, ainda tem importante participação no sistema elétrico nacional por meio dos processos de cogeração que usam o bagaço de cana para alimentar caldeiras em centrais termo-elétricas instaladas nas usinas. Se o ex-presidente Lula era visto com alguma simpatia pelos usineiros, empolgados com um nacionalismo exacerbado com o qual ele apontava o etanol como a melhor solução para atender à busca por uma renovação da matriz energética do transporte, não se pode dizer o mesmo da atual presidente Dilma Roussef, que a bem da verdade não é muito bem quista pelos ruralistas de um modo geral...

A presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Elizabeth Farina, declarou em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo que os picos da cotação do etanol logo após a eleição de Dilma em 2010, num momento pós-crise e com quebra de safra devido a condições climáticas desfavoráveis, seria um dos pivôs da relação conturbada entre o setor sucroenergético e Dilma. O ex-ministro da agricultura Roberto Rodrigues já é mais direto ao declarar abertamente que o problema é a ação governamental baseada em preconceitos e viés ideológico contra os produtores de açúcar e etanol, impedindo a tomada de decisões conscientes. O que parece não causar muita divergência entre as opiniões de especialistas é a incoerência no uso político dos preços da gasolina e do óleo diesel, para mascarar a inflação a curto prazo, com intenções meramente eleitoreiras e tripudiando sobre o bom-senso que deveria nortear as políticas energéticas.

Entre 2003 e 2009, a popularização do sistema bicombustível (flex) em automóveis com motor de ignição por faísca deu um impulso ao uso do etanol, que vinha um tanto desacreditado desde os últimos anos do governo Sarney, e houve um grande volume de investimentos na produção do biocombustível, embalado também com o objetivo dos Estados Unidos em reduzir a dependência ao petróleo, e da União Européia com metas ambiciosas de redução das emissões de dióxido de carbono. A crise de 2008 tornou-se um empecilho aos programas de exportação, e a descoberta das reservas de petróleo do "pré-sal" passou a ter mais atenção por parte do governo. Desde então tem prevalecido um desprezo institucional contra o setor sucroalcooleiro, uma incoerência meramente populista, eleitoreira e terceiromundista, enquanto os biocombustíveis são cada vez mais levados a sério em mercados mais livres e desenvolvidos.

O revanchismo histórico pode ser apontado como uma das motivações para sabotar o etanol, por ser um dos mais importantes legados do Regime Militar, além da aversão ao livre-mercado e ao agribusiness demonstrada pelo pesado intervencionismo econômico e apoio institucional a grupos que promovem a violência no campo, mas ao considerar que já foram perdidos cerca de 130.000 postos de trabalho tanto no setor canavieiro quanto na indústria de base chega a ser irônico que isso ocorra sob um governo que alega defender o trabalhador...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html