Uma das raras exceções é a Peugeot: alguns modelos como o 508 tem versões híbridas integrando um motor turbodiesel de 2.0L e um elétrico através do sistema Hybrid4, em que o turbodiesel é responsável por tracionar o eixo dianteiro através de um câmbio manual-automatizado e atuar como gerador para o elétrico, montado junto ao eixo traseiro. Há também versões e-HDi equipadas apenas com um turbodiesel de 1.6L conectado ao câmbio manual-automatizado mas com o sistema start-stop de arranque e parada automáticos em marcha-lenta e desacelerações, eventualmente citado como "micro-híbrido" embora não ofereça nenhuma forma de tração auxiliar elétrica para ser efetivamente considerado um híbrido. Nenhuma delas é homologada para venda no mercado brasileiro, devido às já conhecidas restrições ao uso do Diesel em veículos com capacidade de carga inferior a 1000kg, acomodações para menos de 9 passageiros além do motorista e não sejam dotados de tração 4X4 com caixa de transferência de múltiplas velocidades (a popular "reduzida").
O sistema de tração elétrica adotado pela Peugeot tem até algumas vantagens em comparação com o layout predominante nos híbridos a gasolina: mesmo usando um câmbio, que acaba tendo alguns atritos internos, ainda permite uma condução segura do veículo em caráter emergencial no caso de alguma avaria no sistema auxiliar de tração elétrica, ao contrário de modelos como o Toyota Prius onde o veículo pode ser totalmente imobilizado em condições semelhantes ao considerar que o motor elétrico acoplado a um conjunto de engrenagens monomarcha acaba por substituir a função de um câmbio propriamente dito ao modular a aceleração e complementar o torque do motor a gasolina, cujo pico é deslocado a faixas de rotação mais elevadas e tem o sentido de giro inversível para prover marcha à ré. Tal sistema é citado constantemente como eCVT, mas não tem nenhuma semelhança conceitual com uma transmissão continuamente variável verdadeira (que usa polias cônicas variáveis e correias para estabelecer infinitas relações de marcha dentro de um intervalo predeterminado).
Cabe lembrar que o Grupo PSA, detentor das marcas Peugeot e Citroën, chegou a trazer ao Brasil alguns exemplares do Peugeot 3008 e do Citroën DS5 Hybrid4 para testes e, apesar de ter um bom potencial de marketing tanto com parte do público que considere o 3008 mais próximo conceitualmente a um utilitário-esportivo "crossover" do que a uma minivan ou no segmento de luxo disputado pelo DS5 onde o maior custo inicial (tanto pela motorização Diesel quanto pelo sistema híbrido) seria facilmente assimilado, a homologação dos modelos não foi adiante.
Outro caso interessante é o do Volkswagen Jetta, que na atual geração conta no mercado americano tanto com versões tradicionais a gasolina quanto opções turbodiesel ou híbrida a gasolina. No caso do turbodiesel, tradicionalmente conhecido como TDI, são oferecidos um câmbio manual ou um DSG manual-automatizado de dupla embreagem, ambos de 6 marchas, enquanto o híbrido conta apenas com um DSG de 7 marchas. Os europeus podem contar ainda com o 1.6TDI além do 2.0TDI disponibilizado para os americanos, e outra diferença é na oferta do motor 1.4TSI a gasolina: embora pudesse substituir satisfatoriamente o 2.0L naturalmente aspirado a gasolina (ou TotalFlex no mercado brasileiro) como ocorreu na Europa, os americanos só o encontram na versão híbrida.
Poderia parecer um tanto óbvio juntar o TDI ao sistema híbrido, e a facilidade em implementar tração permanente nas 4 rodas na plataforma usada no Jetta poderia até servir de argumento para o uso de um layout semelhante ao dos Peugeot e Citroën com o sistema Hybrid4, mas pesquisas conduzidas pela Volkswagen nos Estados Unidos revelaram uma rejeição mútua entre os públicos-alvo do Diesel e dos híbridos, possivelmente acirrada pela disputa entre o Jetta TDI e o Prius no segmento de veículos "eco-conscientes".
Kamikaze, é vc mesmo meu brother piloto de fuga e matador de sem-terra??? Nunca pensei que vc pudesse ter tanto ódio pelos hybridos, mas lembro que sempre ficava furioso por causa da proibição dos carros leves a diesel. Abraços desde Phnom Pehn.
ResponderExcluirJavi loko? Pensei que tu nem lembrava mais do pessoal da República das Bananas irmão. Mas as coisas mudam mesmo, e se antes eu até já fui menos desfavorável aos híbridos hoje eu prefiro outras opções. Se vacilar, é mais fácil me ver numa moto com side-car que num Prius.
ExcluirAcho que não seria tão difícil fazer um dono de carro a diesel aceitar um sistema híbrido a diesel, mas os marinheiros de primeira viagem do híbrido normalmente vão atrás por causa da imagem de que motor a diesel é sujo. É por isso que acaba tendo rixa.
ResponderExcluirSe é daqueles que gosta de híbrido por ser muquirana pode até aceitar bem um híbrido a diesel, mas se é daqueles que acha que está salvando o mundo por dirigir um carro parecido com a nave do ET de Varginha não tem nem como botar na cabeça desse elemento que o motor a diesel pode ser melhor. Já cansei de ver uns ecologistas de butique dizendo que o álcool é a melhor opção para zerar o saldo de carbono dos híbridos mas eles parecem esquecer que tem como usar álcool até em motor a diesel.
ResponderExcluirJá cheguei a ver uns carros gambiarrados com motor de trator pequeno e não ficou tão ruim. Eu acho que tem mais é que liberar e legalizar quem já fez essas encabritagens desde que possa provar que não usou motor roubado.
ResponderExcluirMeu pai pretende comprar um Prius para substituir o Corolla que ele tem agora, mas só por não poder ter um com motor a diesel como num Corolla táxi que nós andamos em Montevidéu. O triste é ficar sem o que a gente realmente deseja por causa desse governo que faz tanta roubalheira no preço da gasolina.
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