segunda-feira, 6 de maio de 2019

Toyota Corolla E120: como a insistência pela aspiração natural dificultou a continuidade do Diesel nas versões JDM

Que os japoneses são muito conservadores em alguns aspectos não é nenhuma novidade, e isso inclui a concepção mecânica de alguns veículos produzidos por empresas japonesas. Um caso digno de nota é a 9ª geração do Toyota Corolla, conhecida como E120 e que foi produzida no Japão do ano 2000 até 2007, e de 2002 a 2008 no Brasil na mesma versão widebody destinada a mercados como os Estados Unidos e a Tailândia ao invés da carroceria estreita usada na Europa e no próprio Japão. O ciclo dessa geração se deu num período em que ainda se depositava muita esperança no Diesel principalmente na Europa com a transição dos motores de aspiração natural e uma presença ainda expressiva da injeção indireta na linha leve para a massificação do turbo e da injeção direta com gerenciamento eletrônico do tipo common-rail, enquanto no mercado interno japonês (JDM - Japanese Domestic Market) havia uma demanda mais limitada por esse tipo de motorização e a única opção oferecida para quem fizesse questão da ignição por compressão era o motor 3C-E de 2.2L aspirado com potência de 79cv a 4400 RPM e torque de 15kgfm a 2400 RPM.
Como no Japão a cobrança tanto de imposto anual de circulação quanto da inspeção veicular (shaken) levam em conta diferentes faixas de cilindrada, e modelos acima de 2.0L são mais afetados, já ficava aparentemente mais difícil justificar o 3C-E mesmo que pertencesse a uma linha de motores simples e cuja funcionalidade já estava devidamente comprovada de acordo com as preferências de um público muito conservador tradicionalmente vinculado à imagem do Corolla. Apesar de que possivelmente o turbo assustasse mais pelo aspecto da complexidade de manutenção e eventuais cuidados necessários para assegurar a longevidade desse componente do que pelo eventual incremento no custo inicial de um motor mais sofisticado como o 1ND-TV de 1.4L e 1CD-FTV  de 2.0L oferecidos na Europa, que poderiam permanecer numa faixa de impostos menos extorsiva aos olhos de compradores japoneses que ainda consideram o Corolla um appliance-car barato para os padrões de lá, e levando em conta que o turbo viria a se consolidar ainda mais impulsionado pelo recrudescimento cada vez maior das normas de emissões nos principais mercados mundiais com um cerco que vai se fechando sobretudo contra o Diesel, não chega a ser nenhum exagero considerar que a insistência pela aspiração natural foi a pá de cal sobre esse tipo de motorização para as versões JDM a partir de 2002.

2 comentários:

  1. Até hoje só vi um Corolla desse modelo que eu tivesse certeza que era a diesel.

    ResponderExcluir
  2. Para quem costuma tratar o Japão como referência em produtos de alta tecnologia, chega a ser no mínimo irônico lembrar como um depósito de motores obsoletos. Mas se pudesse ter um Corolla a diesel, eu até acho que aceitaria um desses mesmo com motor de projeto velho.

    ResponderExcluir

Seja bem-vindo e entre na conversa. Por favor, comente apenas em português, espanhol ou inglês.

Welcome, and get into the talk. Please, comment only either in Portuguese, Spanish or English.


- - LEIA ANTES DE COMENTAR / READ BEFORE COMMENT - -

Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html