1 - Citroën C3: ao menos com a 1ª geração seria mais fácil, tendo em vista que a maior parte do ciclo de produção no Brasil se deu durante a vigência das normas Proconve P5 equivalentes à Euro-3, e o grupo PSA do qual a Citroën faz parte chegou a conseguir manter homologados os motores TUD5 de 1.5L e DW8 de 1.9L na Euro-3 em alguns mercados embora tais motores não fossem aplicados ao C3 ainda que tecnicamente possível. Naturalmente, um motor como o Perkins 4-108 com o comando de válvulas no bloco e sincronização por engrenagens ao invés do comando no cabeçote sincronizado por correia dentada poderia parecer demasiadamente obsoleto, além do mais considerando o recurso à injeção indireta e aspiração natural quando o Citroën C3 teve em versões Diesel os modernos motores DV4 de 1.4L e DV6 de 1.6L sempre com turbo e injeção eletrônica tipo common-rail. No entanto, é justo ponderar que um modelo cuja estética é nitidamente inspirada no Citroën 2CV conseguiria se destacar com uma proposta mais utilitária exatamente caso fosse oferecido ao menos um motor mais rústico e de manutenção mais simples. Considerando desempenho e custo de produção, ainda seria mais viável fazer uma comparação entre o Perkins 4-108 com os motores PSA TU1 de 1.1L e EB0 de 1.0L a gasolina que foram oferecidos o TU1 em ambas as gerações e o EB0 somente na 2ª geração. E por mais que um motor com a cilindrada de 73 a 76% mais alta tenha na prática uma "obrigação" de oferecer desempenho mais adequado, e na comparação tanto com o TU1 quanto com o EB0 mantém até 3800 RPM um torque superior, cobrindo portanto a maior parte das faixas de rotação às quais um automóvel normal vá ser utilizado rotineiramente;
2 - Citroën ZX: pouco comum no Brasil, o modelo foi produzido de '90 a '98 e chegou a ser feito no Uruguai numa época em que o Diesel reinava por lá. Dado o forte caráter agropecuário cisplatino, a eventualidade de um motor que chegou a ser usado até em alguns tratores Massey-Ferguson entre as décadas de '60 e '70 poder servir a um carro não seria algo tão absurdo. Por mais que pudesse parecer loucura considerar um motor de concepção claramente mais antiga que o PSA XUD9 de 1.9L dotado de comando no cabeçote que foi originalmente oferecido como opção Diesel no ZX, e que mesmo as opções a gasolina mais básicas com o motor PSA TU3 de 1.4L ainda estariam favorecidas no tocante ao desempenho numa parte mais considerável dos regimes de rotação, a rusticidade do motor Perkins 4-108 certamente teria seus entusiastas devido à percepção de uma manutenção mais fácil aliada ao uso em outras aplicações nas quais uma maior simplicidade construtiva permanece valorizada. O fato das station-wagons serem conhecidas como "rural" na Argentina e no Uruguai também faz com que a aplicação de um motor "de trator" faça ainda mais sentido para quem dependa do veículo a trabalho;
4 - Renault 12: modelo que nunca chegou a dispor de nenhuma motorização Diesel originalmente, e que certamente poderia haver sido beneficiado por tal opção em países como Argentina e Uruguai. A missão de ocupar o lugar dos motores Renault Cléon-Fonte a gasolina, que apesar de serem um tanto subestimados no Brasil ainda se destacam pela durabilidade e economia em condições de uso normal, certamente seria hercúlea, mas não dá para ter certeza de que seria impossível;
5 - Renault Kangoo de 1ª geração: teve no exterior como motores mais simples oferecidos o D7F de 1.2L a gasolina e o F8Q Diesel de 1.9L com aspiração natural e injeção indireta, ambos dotados de comando de válvulas simples no cabeçote com sincronização por correia dentada e duas válvulas por cilindro. Se a bem da verdade o Perkins 4-108 não seria páreo para o F8Q no tocante ao desempenho, o mesmo não pode ser dito com relação ao D7F que precisa superar 4100 RPM para deixar de ficar desfavorecido no tocante ao torque. Comparar com os motores D4F com a mesma configuração de válvulas e D4D com 4 válvulas por cilindro que equiparam versões "populares" com motor de 1.0L do Kangoo somente no Brasil, para onde o modelo vinha importado da Argentina, não teria nem graça...
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html