sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Como pode um Monza hatch exemplificar as distorções em se restringir o uso de motores Diesel com base nas capacidades de carga e passageiros ou tração?

Um dos maiores sonhos de consumo da classe média brasileira durante a década de '80, que chegou até a ser o único carro médio a liderar o ranking de vendas no país por alguns anos, o Monza foi marcante entre outros motivos por ter sido o primeiro Chevrolet brasileiro de motor transversal e tração dianteira, configuração que hoje é a mais habitual nos carros nacionais de todos os fabricantes instalados no país. Lançado em '82, inicialmente na carroceria hatchback que durou até '88 e não recebeu a remodelação da década de '90 destinada ao sedan que permaneceu em produção até '96, acabou chegando num momento em que já vigoravam as restrições ao uso de motores Diesel em veículos leves no Brasil com base nas capacidades de carga e passageiros ou tração. Nada que impedisse a produção de versões com motores Diesel para exportação mas, ao invés de seguir a mesma estratégia do Opel Ascona C europeu que tinha uma versão "dieselizada" do motor Família II de 1.6L que no Brasil foi oferecido nas versões a gasolina ou a etanol (à época denominado simplesmente por álcool), o Monza dispunha principalmente do motor Isuzu 4FB1 de 1.8L que também foi aplicado ao Chevette no Uruguai e até nos Estados Unidos.

Assim como hoje virou moda referir-se a alguns carros usados de luxo como "resto de rico", houve com o Monza um fenômeno parecido quando passou a ser visto como um "carro velho" numa época em que a cultura da preservação de carros antigos com base no valor histórico e cultural era pouco difundida no Brasil. E além de ter permanecido por menos tempo no mercado que o sedan, o Monza hatch ficou mais escasso também porque uma proporção maior de exemplares sucumbia às condições de uso severo para as quais a abertura mais ampla do porta-malas e o banco traseiro rebatível facilitavam a acomodação de cargas mais volumosas e pesadas em algumas utilizações efetivamente profissionais e bastante severas. Na prática, faz algum sentido observar como um carro de concepção mais tradicional e porte médio que ocupava uma posição de destaque junto à classe média tal qual ocorre na atualidade com os SUVs que às vezes dispondo de tração 4X4 ficam aptos a lançar mão de um bom motor turbodiesel, pode oferecer (mais) uma perspectiva para apontar incoerências nas restrições ainda em vigor contra o uso do mesmo tipo de motor em carros mais generalistas.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html