segunda-feira, 4 de abril de 2022

Quais motores Diesel seriam mais tentadores adaptar numa Chrysler Caravan da década de '90?

Um daqueles modelos mais destacados quando os carros importados ganharam uma renovada força no mercado brasileiro na década de '90, a Chrysler Caravan refletia bem como o imaginário popular via os veículos que melhor representavam o American Way of Life de acordo com as perspectivas da época. A imagem da Chrysler como pioneira do segmento nos Estados Unidos também era relevante, levando em consideração que ironicamente os modelos destinados ao Brasil por importação oficial eram fabricados na Áustria mas permaneciam com uma concepção totalmente americanizada, tendo vindo somente com o motor V6 de projeto próprio da Chrysler, embora em outros países fossem oferecidos desde motores com 4 cilindros entre 2.0L e 2.4L até um V6 da Mitsubishi, além daquele mesmo turbodiesel de 2.5L da VM Motori que teve a produção licenciada para a Detroit Diesel em Curitiba visando atender ao plano de produção da Dodge Dakota no Brasil. Mas nenhuma Caravan com qualquer motor turbodiesel veio ao país, ao menos oficialmente, e portanto algum motor adaptável seria de se desejar. Dentre alguns dos mais tentadores, ao menos 5 merecem ser listados por aparentemente apresentarem relativa facilidade de adaptar:
1 - VM Motori A 428 DOHC: o mesmo motor 2.8 CDTI/Duramax da atual geração da Chevrolet S10, na prática é uma evolução dos projetos modulares que remontam à tradição da VM Motori como fornecedor independente de motores Diesel para aplicações diversas. Portanto, pontos para a instalação são praticamente os mesmos das versões turbodiesel de especificação européia, africana e asiática;

2 - MWM Sprint 4.07TCA/TCE: tendo em vista que esse motor, disponibilizado na geração anterior da S10, é uma opção relativamente comum para adaptação em utilitários Mitsubishi equipados com o motor 4M40, e desses modelos originalmente equipados com o 4M40 a maioria também era oferecida com o mesmo V6 que chegou a ser usado em minivans Chrysler fora da California e outros estados que seguiam a regulamentação de emissões do CARB (Californian Air Resources Board), a princípio parece menos absurdo que se viesse a lograr êxito numa adaptação. O fato de ser uma linha de motores já com a aptidão para condições de uso um tanto severas devidamente reconhecida, inclusive em operações militares tanto em forças brasileiras quanto estrangeiras tendo em vista que equipou a primeira geração do Agrale Marruá em certificações de emissões Euro-2 para o TCA de injeção mecânica e Euro-3 para o TCE com injeção eletrônica common-rail, leva a crer que seja uma opção satisfatória para quem deseje um motor comprovadamente confiável. Vale lembrar também que caminhões e chassis de microônibus Agrale com peso bruto total até 6 toneladas na especificação Euro-2 e Volkswagen com peso bruto total até 5 toneladas e já enquadrados na Euro-3 também lançaram mão desse motor, portanto o motor ficaria longe de ser sobrecarregado;

3 - Mitsubishi 4D56 (também conhecido por Hyundai A2 ou D4CB): um motor até bastante fácil de encontrar, ainda usado nos utilitários Hyundai HR e Kia Bongo/K2500, e que em diversos modelos da Mitsubishi e também da Hyundai e da Kia disputou a preferência do público com algum V6 da mesma linha do 3.0 oferecido na Caravan de especificação americana. Logo, uma mesma consideração quanto a já ser mais fácil encontrar pontos para a fixação do motor à estrutura do veículo pode ser feita;

4 - Cummins ISF2.8: desenvolvido especificamente para servir como alternativa às cópias de motores Isuzu 4JB1 e Mitsubishi 4D56 em utilitários chineses, também ganhou espaço em outros mercados, e já é bem conhecido no Brasil pelo uso em caminhões Foton chineses e alguns modelos da geração atual do Volkswagen Delivery, além de ter servido à Ford nas versões Euro-5 de F350 e F-4000 e ser usado hoje no Agrale Marruá tanto em especificação civil quanto militar. Portanto, cobre diferentes especificações e normas de controle de emissões, sendo possível ir desde uma abordagem menos severa nesse tópico ou radicalizar e contar com toda a parafernália de filtro de material particulado (DPF), EGR e até SCR para quem tentar provar que um motor Diesel seria inerentemente melhor que um V6 a gasolina, e o piso alto dessas minivans Chrysler que viabilizava até a instalação de cilindros de gás natural em algumas versões destinadas ao mercado americano (principalmente para frotistas) também facilitaria a instalação de um tanque para o fluido-padrão AdBlue/ARLA-32 necessário ao funcionamento do SCR;

5 - Perkins 1103: naturalmente considerando apenas versões dotadas de turbo, mas o fato desse motor ser produzido entre outros locais numa mesma fábrica onde já chegou a ser feito o mesmo motor usado originalmente na Caravan parece tentador a fazer uma experiência. E por ter uma configuração pouco convencional para o que se esperaria de um veículo dessa categoria, a idéia soa mais peculiar. De certa forma, podem até mesmo ser apontados como bons precedentes históricos o uso de motores Perkins em alguns caminhões e pick-ups Dodge produzidos no Brasil e na Argentina.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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