terça-feira, 20 de setembro de 2022

5 veículos improváveis que seriam tentadores para fazer testes com um motor Agrale M795W

Um motor bastante improvável que viesse a ter qualquer aplicação para adaptações caso ocorresse uma liberação do uso de motores Diesel em automóveis sem quaisquer distinções pelas capacidades de carga e passageiros ou tração, e praticamente desconhecido do grande público e até de alguns segmentos mais especializados, o Agrale M795W tem uma concepção bastante pesada em proporção à configuração de 2 cilindros em linha e cerca de 1.5L com refrigeração líquida. Tendo sofrido ainda fogo amigo do motor Agrale M790 também com 2 cilindros mas de 1.3L e refrigeração a ar nas principais aplicações para as quais era indicado, e já estando fora de produção, também tinha uma concorrência acirrada por parte da Yanmar com versões de 3 cilindros da série TNV nos segmentos estacionário/industrial e de máquinário agrícola, mas pela Agrale ser uma empresa gaúcha o "bairrismo" me deixaria muito tentado a testar um M795W em automóveis. Dentre as mais improváveis opções que poderiam até eventualmente encontrar algum sucesso nessa aplicação, ao menos 5 parecem merecer algum destaque:

1 - Fiat Uno Mille: em que pesem as diferenças entre as faixas de rotação de pico de potência e torque entre o motor Agrale M795W e as diversas calibrações dos motores Fiasa e Fire 1.0 que já equiparam o Mille, a princípio podia dar certo em algumas condições operacionais como táxis, algo que por incrível que pareça ainda se vê desse modelo em operação até em Porto Alegre. Está longe de ser o motor ideal, mas um carro compacto e leve seria uma boa plataforma para testes, e talvez diante de uma hipotética liberação do Diesel uma busca por opções mais imediatistas para adaptação devido a uma ainda muito limitada oferta de motores veiculares leves no Brasil levasse a uma procura por motores improváveis como o M795W também;

2 - Fiat Mobi: com a proposta ambiciosa de suceder o Mille, está longe de ser o mais apreciado dentre os veículos mais recentes, embora venha sendo favorecido em frotas de empresas e entre motoristas do Uber. Dificilmente seria aprovada uma adaptação do motor Agrale M795W até por causa das normas de emissões aplicáveis a automóveis e para as quais esse motor nunca foi enquadrado, mas seria tentador e certamente alguns gestores de frota ficariam satisfeitos caso fosse permitido o uso;

3 - Chevette: um modelo que oferece relativa facilidade para algumas das mais improváveis adaptações de motor, destacando-se na própria linha Chevrolet o uso dos motores 153 ou 151 de 2.5L e 4 cilindros ou radicalizando com o 250 de 6 cilindros em linha e 4.1L que acaba exigindo mais modificações para a acomodação por ser muito comprido. Lembrando o precedente histórico do motor Chevrolet 151 numa versão movida a álcool/etanol ter substituído o motor Agrale M790 em alguns utilitários Agrale durante a década de '80 por conta de uma alteração nas alíquotas de IPI para veículos movidos a óleo diesel em função da capacidade de carga, por mais que sejam motores com concepções muito diferentes, talvez já seja um indicativo da viabilidade técnica para fazer testes com um M795W. Até a questão do peso, que poderia ser mais problemática em outros modelos, a princípio ficaria mais contornável tendo em vista o que já se faz com o "linguição" de 6 cilindros;

4 - utilitários Shineray: resquício de uma época que o dumping chinês foi mais forte, furgonetas Jinbei que foram vendidas no Brasil como Shineray dispunham de cópias bastante capengas do motor Suzuki F10A que está longe de ser uma grande referência de desempenho. Nesse caso, por mais que um motor Agrale M795W também seja consideravelmente austero, uma desvantagem nesse aspecto seria menos extrema. Mas principalmente em exemplares posteriores ao ano-modelo 2011, acabaria esbarrando nas mesmas dificuldades com relação à certificação de emissões referente ao Fiat Mobi;

5 - Ford Ka de 1ª geração: tanto os motores Endura-E quanto os Zetec-Rocam tem peculiaridades que podem fazê-los amados ou odiados por usuários com os mais diferentes perfis, e no caso específico do Zetec-Rocam algumas queixas que eu já ouvi referentes à fragilidade da carcaça da válvula termostática e a uma dificuldade para substituir a corrente de comando de válvulas durante uma retífica completa do motor levam a crer que algo mais abrutalhado e com o comando de válvulas sincronizado somente por engrenagens possa encontrar apreciadores. E nesse caso, por mais improvável que possa soar, talvez um motor Agrale M795W agradaria a alguns perfis de usuário mais austeros que eventualmente discordem da imagem de um motor com menos cilindros como um demérito.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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