quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Comando de válvulas no bloco ou no cabeçote: uma breve reflexão

Uma característica às vezes tratada como "antiquada", mesmo que seja compatível com modernidades como o recurso às 4 válvulas por cilindro e se mantenha confortavelmente em meio a toda a evolução dos sistemas de gerenciamento eletrônico e dispositivos de controle de emissões aplicáveis a utilitários modernos como a atual geração das caminhonetes full-size Ram 2500 cujo motor Cummins B6.7 segue como o grande destaque, o comando de válvulas no bloco hoje encontra uma receptividade menor junto aos motores de ignição por faísca especialmente em segmentos mais leves. Considerada indesejável em motores mais "giradores" até em alguns modelos turbodiesel que usam motores de alta rotação, e até em modelos de concepção tradicional como as pick-ups full-size chegou a ser declarada a intenção de partir para a pretensa modernidade do comando de válvulas no cabeçote antes da crise hipotecária americana do final de 2008 engavetar um projeto da Cummins para uma linha de motores modulares que abrangia um V6 e um V8 com cilindrada entre 4.2L e 5.6L respectivamente, no fim das contas a tradição venceu, e um V8 de 5.0L que acabou sendo lançado pela Cummins poucos anos atrás foi um fracasso comercial. No caso específico dos motores Cummins da série B, certamente a sincronização por engrenagens é um aspecto muito apreciado, tendo em vista a menor necessidade de procedimentos de manutenção e uma percepção de maior resiliência a condições de uso severo.
Naturalmente, a posição do comando de válvulas está longe de determinar a sincronização, e é possível motores com comando no bloco recorrerem a correntes ou até correia dentada ao invés de engrenagens que o Cummins B6.7 usa, enquando alguns motores com comando de válvulas no cabeçote a exemplo do Isuzu 4HF1 usado quando o caminhão Isuzu NPR foi vendido no Brasil como GMC 7-110 recorrem justamente às engrenagens em nome da robustez. Uma eventual desvantagem de motores com comando de válvulas no cabeçote é ficarem mais altos, especialmente crítico em modelos de cabine avançada que nunca impediu a Isuzu de consolidar o uso dessa configuração mesmo que concorrentes e até motores frequentemente adaptados nos caminhões Isuzu/GMC remanescentes no Brasil priorizem o comando no bloco, e para os mercados dos Estados Unidos e Canadá ironicamente versões a gasolina do Isuzu NPR usem motores V8 da GM com comando no bloco e sincronização por corrente, e modelos maiores Isuzu da série F sejam produzidos nos Estados Unidos com o motor Cummins B6.7 ao invés de motores Isuzu da série H com comando no cabeçote usados em outras regiões. Apesar de alguns operadores tratarem o comando de válvulas no bloco com algum desprezo, tanto por necessitar de varetas para o acionamento dos balancins de válvula quanto por simplesmente perceberem como algo "antigo", é equivocado supor que vão ser inerentemente "inferiores" que o comando no cabeçote...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html