quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Por que talvez o método "cabo Tião" de resolver problemas parecesse inservível em caminhonetes modernas de polícia?

Quem assistiu ao filme Tropa de Elite pegou a referência, à cena do Santana Robocop com o motor "de uma Belina velha" que usava carburador no lugar do original com injeção eletrônica, e mesmo tomando como exemplo uma viatura de polícia civil ao invés de militar a idéia permanece. Eventualmente possa parecer tentador subsrituir um motor como o 3.2 Puma de 5 cilindros que a Ford Ranger chegou a usar na geração anterior por outro de concepção mais rústica, e algumas especificidades mais burocráticas já poderiam parecer suficientes como um freio para tal devaneio, enquanto especificidades do uso policial sejam ambíguas quanto a ser mais vantajoso ou inadequado tamanho improviso. Só aquela exigência de veículos a partir do ano-modelo 2012 já serem compatíveis com a plataforma de diagnóstico eletrônico OBD-II dificultaria instalar um motor de injeção 100% mecânica e continuar regularizado para trafegar em vias públicas, ao contrário das viaturas operacionais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica que são isentas da necessidade do emplacamento e do enquadramento às mesmas normas aplicáveis tanto a veículos particulares ou de repartições públicas quanto das forças de segurança.

Naturalmente uma pick-up, apesar de servir bem para atividades específicas que exijam boa capacidade de carga e/ou vão livre do solo e tração 4X4 para uso em condições de terreno severas, é inadequada ao uso em perseguições em alta velocidade devido ao centro de gravidade mais alto, a ponto de ter sido um avanço a inclusão dos controles de tração e estabilidade como equipamento original recentemente, e só um motor com alguma forma de gerenciamento eletrônico poderia ser integrado a tais dispositivos, que já poderia ser o caso com alguns motores de injeção mecânica que incorporam governador eletrônico na bomba injetora cujo uso ficou mais restrito a tratores e outros equipamentos especializados enquanto no segmento veicular tem prevalecido a injeção common-rail. Uma eventual complexidade para integrar os sistemas eletrônicos embarcados originais de um veículo a um motor diferente do original também pode parecer difícil de justificar à primeira vista, e além do mais considerando que um motor substituto fosse essencialmente rústico que também teria um desempenho proporcionalmente mais modesto mesmo que dentro da mesma faixa de cilindrada em função de discrepâncias nas faixas úteis de rotação de potência e torque máximos. Dadas as especificidades econômicas do Brasil, levando à necessidade de um único tipo de veículo suprir a diferentes necessidades operacionais em alguns grupamentos de polícia, a princípio manter um motor generalista moderno acaba sendo inevitável, e a própria concepção mais leve e compacta dos motores de caminhonetes modernas pode dificultar a adaptação de um motor mais rústico que além das faixas de rotação mais estreitas seja mais pesado e com um maior volume físico, a ponto de fora do uso policial até gambiarras com motores de ignição por faísca antigos de origem Volkswagen ou Chevrolet permanecerem mais comuns de um modo geral em veículos de concepção moderna.

A implementação de alguns dispositivos de controle de emissões em motores estacionários/industriais e agrícolas, como filtros de material particulado (DPF) e diversos métodos de controle das emissões dos óxidos de nitrogênio (NOx) que vão do SCR a catalisadores LNT de acordo com as faixas de potência e diferentes normas em cada região poderia parecer relevante mesmo considerando alguns fabricantes de motores Diesel que saíram do segmento veicular, como a Perkins, e uma possibilidade de ainda manter o desempenho aceitável na maioria das condições de uso normal pudesse ainda ter alguma serventia até em operações policiais padrão, sem ignorar regulamentações ambientais que até serviços de emergência permanecem obrigados a atender. E mesmo que parecesse fácil nesse aspecto, a aquisição de veículos e outros equipamentos para as forças policiais depender das licitações também dificultaria tal improviso, bem como ser menos comum polícias optarem por um programa de modernização para viaturas antigas como fazia principalmente o Exército no caso de alguns modelos mais especializados para os quais era mais fácil substituir o conjunto motriz e sistemas embarcados específicos para o tipo de operação. Mas se por um lado parecesse desejável chegar a um leilão e encontrar caminhonetes com um motor mais resiliente às condições pesadas do serviço policial, que tendem a impor um desgaste mecânico severo, nem sempre a vida imita a arte, e o método "cabo Tião" fica de fora...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html