quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Caso para reflexão: Uruguai, maconha e biocombustíveis

Um fato que ganhou muita repercussão em 2013 na República das Bananas foi a liberação da maconha no vizinho Uruguai. Do lado de cá da fronteira, o tema motivou discussões extremamente passionais como sempre acontece quando o uso recreacional de entorpecentes entra em pauta, e até mesmo um grupo de maconheiros do Rio Grande do Sul passou a se manifestar favoravelmente ao separatismo apenas visando legalizar localmente a maconha, não com o intuito clássico de promover a preservação da tradição campeira e livrar-se do parasitismo do Pacto Federativo que vem corroendo a economia e corrompendo a sociedade gaúcha com todas as inversões de valores que vem predominando no ordenamento jurídico brasileiro.

Polêmicas à parte, vale lembrar que a Cannabis sativa tem algumas propriedades adequadas à substituição de materiais derivados do petróleo em diversas aplicações industriais, incluindo finalidades energéticas como a produção de biodiesel e até etanol celulósico (o famoso "etanol de 2ª geração"), e até na época que os primeiros europeus chegaram ao continente americano a erva já tinha aplicações no setor dos transportes (o velame, outras lonas diversas e todas as cordas usadas nas caravelas eram compostos principalmente por fibras de cânhamo). É no entanto de causar estranheza que o potencial energético do óleo de semente de maconha seja tão ignorado até pela maconheirada de plantão tanto no Uruguai quanto no Brasil, embora já venha despertando interesse em outros países. O professor Richard Parnas, da Universidade de Connecticut, conduziu em 2010 alguns estudos referentes ao biodiesel produzido a partir do cânhamo, com um aproveitamento de 97% do óleo. O pesquisador também destacou a facilidade que a planta tem para germinar em solos pobres que impõem dificuldades ao cultivo de gêneros alimentícios e outras espécies vegetais destinadas à obtenção de matérias-primas industriais, diminuindo o impacto atribuído aos biocombustíveis sobre a produção de alimentos.

Considerando peculiaridades do mercado uruguaio anteriores à infeliz restrição ao uso de motores Diesel baseadas nas capacidades de carga, passageiros ou tração, há algumas vantagens a serem observadas: alguns motores Diesel leves de concepção mais antiga com injeção indireta, sistema até hoje apontado como a melhor alternativa para promover uma combustão completa de óleos vegetais com menos riscos de problemas associados à polimerização da glicerina, como o DW8 da Peugeot e o 2C da Toyota, ganharam uma sobrevida em função da regulamentação de emissões defasada, o que viria a facilitar o uso direto do óleo de semente de cânhamo como combustível veicular. A questão do uso recreacional da maconha continua um tema controverso, mas o que importa é que não faz o menor sentido manter as restrições ao Diesel ao invés de aproveitar o óleo da semente para a produção de biocombustíveis.

9 comentários:

  1. Não sou maconheira, não suporto nem o cheiro de maconha, mas não faz mesmo sentido desprezar as sementes que poderiam render uma quantidade até razoável de combustível.

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  2. No te ilusiones, liberar la marijuana es más un intento genocida contra la juventud uruguaya.

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  3. Eu sou a favor da maconha para outros usos, mas essa do biodiesel também parece boa.

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  4. Não levanto bandeira pelo uso recreacional da maconha, mas sou a favor do uso medicinal e na indústria petroquímica.

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  5. Essa turminha só quer saber mesmo é de ficar chapado. Se a maconheirada estivesse mesmo com boas intenções, uma das primeiras coisas a entrar na pauta de reivindicações seria exatamente o uso de biodiesel ou do óleo de semente de maconha como combustível para os ônibus.

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  6. Eu sou a favor de que liberem a maconha para uso medicinal, e se pode ser usada para fazer um combustível mais limpo que o diesel usado nos ônibus fica bom que já se diminui a quantidade de gente precisando ser internada por ataque de asma por causa da poluição.

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    1. Um amigo meu que é usuário recreacional costuma dizer que é a favor do uso medicinal da maconha, mas mesmo com o canabidiol já sendo usado em alguns tratamentos alternativos a maconha in natura não me parece tão efetiva para uso medicinal.

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  7. Maconheiro sempre tenta inventar alguma desculpa para querer liberar a maconha. Uma amiga minha que fuma até me falou dessa possibilidade de se fazer biodiesel de maconha, mas aqui o que é que dá para usar motor a diesel? Renegade não cai do céu não, viu...

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    1. A maioria dos maconheiros que eu já conheci insistia em defender um uso supostamente medicinal.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html