quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Considerações sobre o milho

Um dos cereais mais consumidos atualmente a nível mundial, servindo tanto para alimentação humana e ração animal quanto para diversas aplicações industriais, o milho desempenha um papel importantíssimo na agricultura brasileira e, apesar das polêmicas em torno da menor eficiência na produção do etanol de milho nos Estados Unidos em comparação com a cana-de-açúcar usada no Brasil e a beterraba-açucareira da Europa, não se pode negar o potencial que pode oferecer à segurança energética brasileira.

Apesar de toda a discussão em torno do impacto da produção de biocombustíveis sobre a segurança alimentar, o uso do milho como matéria-prima para o etanol durante as entressafras da cana-de-açúcar agrega valor à produção que tem batido recordes, enquanto o preço do cereal despenca em virtude da oferta maior que a demanda. Devemos lembrar que o produtor rural tem direito a uma remuneração justa, o que não tem ocorrido com tanta frequência no mercado brasileiro, onde as cotações do milho às vezes ficam abaixo do custo real ao produtor, que não conta com nenhum tipo de subsídio agrícola como ocorre nos Estados Unidos. Pelo contrário, na República das Bananas paga-se imposto sueco por serviço africano, e verbas públicas que seriam melhor aplicadas em melhorias à infraestrutura necessária ao escoamento da produção agrícola acabam servindo ao fomento da insegurança jurídica e da violência no campo.

Já vem ocorrendo no Mato Grosso algumas experiências bem-sucedidas na produção do etanol de milho, na usina sucroalcooleira Usimat localizada em Campos de Júlio e na usina Libra em São José do Rio Claro, beneficiando produtores que sofrem com as dificuldades no processo logístico de escoamento que geram um grande contraste com os avanços nas técnicas de cultivo e manejo do solo. Para as usinas, que antes ficariam ociosas nos 6 meses de entressafra da cana (de novembro a março), também há vantagens, com destaque para a maior rentabilidade operacional, amortização mais rápida dos custos de implantação e viabilidade para investir na qualificação da mão-de-obra, que passa a ser fixa ao invés de sazonal. Há projetos em andamento para a implantação de usinas "flex", aptas a operar com cana e cereais (não só o milho, mas também sorgo, trigo ou arroz), em Goiás e no Mato Grosso do Sul.

Outros produtos também podem ser obtidos durante o processamento do milho, considerando que uma tonelada do grão pode render 375 litros de etanol, 200kg de DDG (distillation-dried grain, grão seco por destilação, um subproduto com cerca de 30% de proteínas que pode ser usado como matéria-prima na indústria alimentícia e hoje vem servindo como ração animal a um custo inferior ao do farelo de soja) e 18 litros de óleo, que além de utilizações para fins alimentícios também apresenta potencial energético tanto em uso direto como combustível quanto como matéria-prima para biodiesel. Vale destacar que o próprio etanol de milho pode servir como reagente na produção do biodiesel.

6 comentários:

  1. SERIA MUITO BOM SE HOUVESSE UM MAIOR ENVOLVIMENTO DAS DIFERENTES PARCELAS DA SOCIEDADE NA BUSCA POR ALTERNATIVAS, SOB PENA DE SE PERDER TEMPO E FACILIDADES NUM FUTURO PRÓXIMO. SEM UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA ENERGÉTICA EFICIENTE, SEJA POR FALTA DE UM INTERESSE POLÍTICO OU PELO IMEDIATISMO DO SETOR EMPRESARIAL, PODEMOS NOS ARREPENDER DIANTE DA PERDA DAS OPORTUNIDADES E DA COMPETITIVIDADE. COM APENAS DEZ ANOS, ESTAMOS ENGATINHANDO EM ENGENHARIA DE ENERGIA E COMPROMETENDO AS POSSIBILIDADES DE APROVEITAMENTO DA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA.

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  2. Antes eu achava o álcool de milho um mau negócio, mas pesando tudo na ponta do lápis não é assim tão ruim como o lobby petroleiro e os ecofascistas insinuam quando começam a criticar o suposto impacto na produção de alimentos. Embora digam que o DDG vai acabar virando ração de gado, quem garante que não usam isso em comidas industrializadas? Duvido que qualquer salgadinho de milho use só fubá não-fermentado.

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    1. Esse é um ponto que eu realmente não consigo entender. Com a soja fermentada do tofu e a levedura de cervejaria que é reaproveitada em alguns suplementos alimentares os naturebas não tem tanta bronca, mas vai falar sobre o DDG de milho que já ficam de frescurinha. Já criaram todo um culto quase religioso pela soja, sempre tem algum vegan falando que se usa hormônio na criação de gado e de galinha, mas até essa desgraça dessa soja tem tanto hormônio que é usada por mulheres na menopausa para fazer reposição de estrogênio.

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  3. Há até alegações de que o estrogênio vegetal da soja possa ser apontado como um dos fatores que podem induzir o homossexualismo.

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  4. Nunca parei para pensar que a soja pudesse fazer tanto mal, mas a uns anos atrás a minha filha caçula tinha um coleguinha na escola que era alérgico a lactose então usava muito derivado da soja, e o moleque tinha um jeito estranho mesmo.

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  5. Prefiro usar o milho como alimento mesmo, para fazer biocombustível vale mais a pena mexer com mamona e pinhão manso que ninguém come mesmo.

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