quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cash for clunkers: um retrato da ignorância do período Obama

No ano de 2009, já na administração Obama, houve um programa de incentivo à destruição de automóveis classificados pelos burocratas da Environment Protection Agency (a famosa EPA) americana como "clunkers" (beberrões) que tivessem sido fabricados até 25 anos antes e estivessem em condições de rodar. Como o preço de alguns carros usados por lá é irrisório, acabou atraindo proprietários de diversos modelos, principalmente utilitários-esportivos e caminhonetes full-size, que tiveram a participação no mercado de veículos novos retraída já em função da crise imobiliária de 2008. Para ter certeza de que os veículos não teriam peças mecânicas reaproveitadas em modelos similares, os motores eram inutilizados ao ser posto para funcionar sem fluido de arrefecimento e com uma mistura de água e silicato de sódio no lugar do óleo lubrificante até travarem de vez.
Algumas vezes aconteciam falhas que ameaçavam até a segurança dos funcionários das empresas encarregadas da destruição dos motores, na maioria revendedores de veículos novos.

Fazendo as contas, os burocratas geralmente classificavam como "beberrão" um veículo que fizesse até 18 milhas com 1 galão de combustível, em torno de 7,6km/l, bonificando os proprietários com cupons de desconto entre 3500 e 4500 dólares (dependendo da diferença das médias de consumo do modelo entregue para descarte e do substituto) para serem usados na aquisição (ou leasing por um período mínimo de 5 anos) de veículos pré-selecionados pela EPA e fizessem uma média igual ou superior a 22 milhas por galão, aproximadamente 9,3km/l. Algumas concessionárias ainda aumentavam os descontos. De qualquer forma, alguns modelos foram cortados às pressas da lista dos que poderiam fazer parte do programa por terem versões menos beberronas, mas deu tempo para exemplares em bom estado e com consumo mais contido serem destruídos, até mesmo versões Diesel.
Apesar de serem dotados de uma tecnologia mais primitiva, modelos como a Chevrolet C/K e GMC Sierra equipados com o motor 6.5L V8 Detroit Diesel de injeção indireta ainda conseguem uma eficiência próxima à de veículos menores com motores a gasolina ou flex, apesar destes contarem com uma aerodinâmica mais apurada, gerenciamento eletrônico do motor e pesarem menos. Fora isso, o motor Diesel ainda tem a vantagem de se adaptar mais facilmente a combustíveis alternativos, podendo até usar óleo de cozinha saturado, que alguns restaurantes chegam a pagar para ser removido... Não é à toa que uma versão desse motor, atualmente produzido pela AM General, continua em uso nos Hummvees militares, enquanto as últimas versões civis do Hummer H1 passaram a sair com o nipo-americano Duramax 6600 desenvolvido em parceria entre GM e Isuzu ainda em uso nas séries 2500 e 3500 da Chevrolet Silverado e GMC Sierra, enquanto a série 1500 não conta com opção por esse tipo de combustível, e nas versões básicas faz em média 6km/l com gasolina.

Casos semelhantes lamentavelmente ocorreram também com exemplares do utilitário-esportivo Chevrolet Suburban, que hoje não conta com opção de motorização a diesel em nenhuma versão...
Mesmo veículos em estado de conservação superior a alguns "sucatões" que insistem em circular pelas ruas brasileiras eram descartados de forma estúpida, quando poderiam simplesmente ser revendidos em países do terceiro mundo como é normal acontecer com veículos japoneses. Uma caminhonete a (bio)diesel que um americano iludido aceita jogar no lixo para receber uma quantia em dinheiro que não cobriria os gastos na compra de um veículo menos versátil poderia ser bastante útil para um agricultor na Guatemala, por exemplo...

Nota: em alguns estados americanos veículos com idade mínima em torno dos 25 ou 30 anos são automaticamente isentos de testes de emissões para serem licenciados, o que acaba por reduzir a burocracia para se regularizar uma conversão para (bio)diesel, recurso adequado para reduzir não só o consumo como também a poluição, tendo em vista a eficiência de motores Diesel...

5 comentários:

  1. Lastimable lo que fue hecho a unos tantos vehiculos que lo poderian seguir haciendo sus prestimosos servicios.

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  2. OBAMA = One Bad Ass Mistake America

    Lo deberian poner a la cárcel por hacer eso. Pero hay que ser un gran idiota para acceptarse a cambiar una Silverado diesel por un Corolla gasolinero. Aun que la version estadounidense tenia unos motores diesel V8 que no son tan frugales hay unas opciones de motor 4 cilindros heavy-duty con que lo pueden reemplazar.

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  3. Até algumas versões da Silverado feitas na Argentina chegaram a sair com motor a diesel de 4 cilindros.

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  4. Para os americanos acha ruim tirar as sucatas de circulação né, mas vê como está uma zorra hoje no Brasil por tanto tempo sem regulamentar a inspeção veicular e não ter um plano de renovação de frota.

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    1. Muitos dos carros que já são considerados "lixo" por um americano ou europeu até estão num estado geral melhor do que muitos dos que rodam no Brasil, não é nem uma comparação justa.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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